Às companheiras do CEI,

Estamos inaugurando esse blog para facilitar a busca por textos, divulgação dos projetos e socialização das nossas experiências, especialmente para nós mesmos da equipe do CEI, como para outros interessados. Em breve adicionarei ná página mecanismos de organização dos conteúdos. Por enquanto, estou publicando os textos com "tags" (palavras-chave) do tipo PEAS 2010, Relações Étnico-Raciais, Educação Ambiental que podem ser clicadas ao final da postagem para selecionar os textos do mesmo assunto. Qualquer um do CEI que aceitar o convite para participar do blog poderá postar notícias e textos.

Abraços,

Sérgio

terça-feira, 6 de julho de 2010

Manual de Vigilância à Saúde em Creches e Pré-Escolas


ÍNDICE 

1 - INTRODUÇÃO
Este manual tem o objetivo de subsidiar o trabalho dos profissionais de educação e saúde, fornecendo orientações técnicas para reduzir ou eliminar riscos de transmissão de doenças, evitar acidentes, garantir condições adequadas aos trabalhadores e, sobretudo, proporcionar um ambiente seguro e agradável para o desenvolvimento das crianças.
São orientações que podem ser adaptadas a outras instituições coletivas, como escolas, asilos, orfanatos, etc.
Cabe à Secretaria Municipal de Saúde, através de sua rede de Centros de Saúde a responsabilidade das ações que visam a promoção e a recuperação da saúde nas escolas e pré-escolas. Tais ações compreendem a avaliação do ingresso e a permanência das crianças nestas instituições, a vigilância epidemiológica e sanitária, bem como atividades educativas, relacionadas à saúde, junto aos pais e profissionais. Importante é construir um vínculo positivo entre as creches e os centros de saúde, para que os problemas sejam discutidos e as soluções buscadas em conjunto.
O convívio muito próximo entre crianças e profissionais em instituições coletivas é essencial para formação das crianças, mas também é condição facilitadora para transmissão de doenças infecto-contagiosas.
A lavagem das mãos das crianças e dos funcionários constitui um ato simples e de fundamental importância na prevenção de infecções. Importante também é a limpeza com água e sabão do ambiente e objetos, o armazenamento e manipulação adequada dos alimentos, as medidas de anti-ratização e anti-insetização e a prevenção de acidentes.
A desinfecção realizada como complemento da limpeza é indicada em algumas situações, que será orientada no item 13.
Na vigência de surtos de doenças na instituição, os procedimentos de rotina são diferenciados caso a caso, devendo o Centro de Saúde ser imediatamente notificado para que sejam tomadas as medidas de controle.

2 - DEFINIÇÕES, PADRÕES E RECOMENDAÇÕES

DEFINIÇÕES

Creches e pré-escolas são instituições de caráter social e educativo que atendem crianças de 0 a 6 anos, visando a guarda, a complementação de cuidados familiares, a formação e o desenvolvimento da criança.
Estas instituições têm como objetivos assegurar um espaço educativo para crianças, favorecendo o seu crescimento e desenvolvimento e propiciando a construção do seu conhecimento. Para isso devem garantir ações sociais, pedagógicas, nutricionais e ambiente saudável. Essas ações devem ser integradas envolvendo todos os profissionais da instituição e a comunidade.
As creches e pré-escolas ganharam um importante papel na sociedade nos últimos anos devido a profissionalização da mulher, tornando-se uma extensão da casa destas crianças. Os monitores e professores devem estar preparados para atender as necessidades das crianças, com brincadeiras, canções, desenhos, proporcionando a criação de vínculo, mantendo um ambiente aconchegante, seguro e estimulante, onde as crianças se sintam protegidas e possam desenvolver suas potencialidades.
As creches e pré-escolas deverão funcionar devidamente licenciados e sob responsabilidade técnica de um profissional da educação com nível superior
PADRÕES
Padrões mínimos recomendados pela Secretaria Municipal da Educação de Campinas na relação entre o número de crianças e o número de auxiliar de desenvolvimento infantil ou de professor.
IDADE
Relação nº criança X profissional
4m  a  1a e 6m
5:1
1a e 6m  a  2a e 6m
7:1
2a e 6m  a  3 a e 6m
12:1
3 a e 6m a 4a
15:1
4 a a 6 a
30:1
Além disto deverá ser previsto 1 auxiliar de sala para todos os grupos de crianças, caso ultrapasse o mínimo estabelecido.
Os grupos de menores de 4 anos não deverão exceder o número de 25 crianças.
Padrões recomendados pela American Public Health Association e American Academy of Pediatrics:
Idade
Tamanho máximo do grupo
Relação do nº criança X adulto
0 a 2a
6
3:1
2a a 2a e 6m
8
4:1
2a e 6m a 3a
10
5:1
3a
14
7:1
4a a 6a
16
8:1
Todos os padrões deverão ser relativos às condições locais e a cada uma das situações específicas, de acordo com o memorial de funcionamento do estabelecimento.
RECOMENDAÇÕES

Estabelecer a interação entre as creches e o centro de saúde mais próximo, para que:

- Seja exercida a vigilância à saúde, repetida com a periodicidade necessária, de acordo com os níveis de risco encontrados.
- Seja feito o encaminhamento adequado das crianças ao serviço de saúde.

3 - ÁREA FÍSICA

A construção ou adaptação do espaço físico deverá obedecer a legislação vigente, de acordo com o número e faixa etária da clientela. Deverão apresentar fluxo adequado entre os ambientes, equipamentos apropriados para a idade e atividades das crianças.
Os materiais utilizados deverão ser resistentes e de fácil limpeza. Os ambientes devem ser iluminados, arejados e livres de infiltrações de água.
3.1 - ÁREA FÍSICA INTERNA
a)
COZINHA, REFEITÓRIO E DISPENSA

COZINHA
É uma área muito importante nas instituições coletivas, devendo oferecer dieta balanceada, variada e adequada para a idade das crianças, e ser mantida em condições satisfatórias de higiene, sem riscos de contaminações, portanto deve ter:
- Cardápio feito ou orientado por nutricionista.
- Portas e janelas teladas. Porta com mola e rodinho adaptado na parte inferior.
- Ambiente livre de insetos e roedores.
- Piso, paredes e bancadas de material claro e lavável. As superfícies que entram em contato com alimentos e o piso devem ser mantidos limpos.
- Armário fechado, de fácil limpeza, para guarda de utensílios (pratos, copos, talher, etc...).
- Armário de mantimentos, com ventilação e de fácil limpeza. Se a quantidade de alimentos for grande, deve-se ter uma dispensa para armazená-los.
- Pia de material liso e tamanho compatível com os utensílios a serem lavados.
- Geladeira organizada, separando os alimentos já preparados para servir dos que ainda não foram manuseados. Todos os alimentos devem ser bem embalados e protegidos. Orientações válidas também para o freezer.
- Não utilizar utensílios de madeira na manipulação de alimentos, por ser de difícil limpeza.
- Lixo acondicionado em saco plástico resistente, em lixeira auto fechante.
- As verduras devem ser desinfetadas com solução clorada (1 colher de sopa de água sanitária para 1 litro de água) por 30 minutos. Em seguida enxaguar as verduras em água potável e deixar escorrer bem.
- As latarias devem ser lavadas antes de abertas.
-  Mamadeiras e chupetas individuais, identificadas, rigorosamente lavadas com água e sabão, secas e guardadas em armário fechado. Se as mamadeiras forem de uso coletivo devem ser lavadas e desinfetadas com solução clorada ou fervidas durante 10 minutos.
-  Toalhas de mão e panos de prato devem ser lavados diariamente.
- As crianças não devem entrar na cozinha pelo perigo de acidentes, principalmente de queimaduras.
-  Prever lavatório específico para a lavagem das mãos, preferencialmente com sabonete líquido e papel toalha.
REFEITÓRIO
- Mesas e cadeiras infantis, limpas com água e sabão após cada refeição.
- Piso lavável. Paredes com cor clara e de fácil limpeza.
- Lavatório coletivo infantil, preferencialmente com sabonete líquido e papel toalha.
- Água filtrada com fácil acesso para as crianças.
DISPENSA
- As caixas de alimentos não podem ficar em contato direto com o piso, devem ser colocadas sobre estrados a 30 cm do piso e a 20 cm da parede para permitir a limpeza.
- Os alimentos devem ser acondicionados separadamente dos materiais de limpeza e de escritório.
- Atenção para data de validade dos produtos.
- As embalagens abertas de alimentos devem ser acondicionadas em recipientes fechados.

- A dispensa deve ser ventilada, telada e vedada ao acesso dos insetos (ralos com sistema abre e fecha, rodinho de porta).

3.1 - ÁREA FÍSICA INTERNA

b)
BERÇÁRIO, SALA DE BANHO E LACTÁRIO

BERÇÁRIO
As crianças menores de 1 ano são mais vulneráveis as intercorrências de saúde e ao mesmo tempo seu desenvolvimento exige que explorem o ambiente intensamente, levando objetos na boca e manipulando diversos materiais. Considerando esses aspectos, o ambiente, os brinquedos e outros objetos devem estar limpos e livres de resíduos tóxicos de produtos químicos.
- Prever formas de comunicação com os pais, cadernos ou fichas que informem diariamente a rotina do bebê, como alimentação, sono, evacuações, uso de medicamentos, etc.
- Os brinquedos devem ser coloridos, adequados à idade e lavados freqüentemente com água e sabão, esta freqüência aumenta na vigência de infecção na turma.
- Berços de uso individual, identificados com o nome da criança. Manter distância de 50 cm entre eles e as paredes, diminuindo assim o risco de transmissão de doenças respiratórias. Limpos com água e sabão semanalmente e sempre que necessário. Não deixar brinquedos grandes no berço, pois estes podem ser utilizados como degrau pelas crianças.
- Os colchões de berço devem ser de material impermeável, limpos semanalmente e desinfetados com álcool a 70% quando na presença de fluidos corpóreos (fezes, urina ou vômito). Usá-los sempre revestidos com lençol.
- Os colchonetes para atividade no chão devem ser limpos com álcool a 70% diariamente.
- O cadeirão de alimentação deve ser limpo com água e sabão após utilização.
- As estruturas metálicas ou sintéticas do carrinho e do bebê conforto devem ser limpas com água e sabão, a capa de tecido deve ser lavada quinzenalmente e sempre que necessário.
- Dar preferência para fraldas descartáveis. Se forem de pano, jogar as fezes no vaso sanitário, embalar em sacos plásticos e enviar para serem lavadas na casa da criança preferencialmente. Esclarecer aos pais que a lavagem de fraldas em instituições coletivas acarreta risco de transmissão de doenças.
- Prever um local tranqüilo, com cadeiras confortáveis, para as mães amamentarem.
SALA DE BANHO E TROCA
- Piso e paredes de material lavável, preferencialmente de cor clara.
- Trocador instalado na altura adequada, confortável para o profissional em tal atividade. Limpos com água e sabão diariamente e desinfetados com álcool a 70% entre cada troca de fralda. Devem ser protegidos com lençol descartável, cueiro, ou lençol da própria criança. JAMAIS DEIXAR A CRIANÇA SOZINHA NO TROCADOR, NEM POR POUCOS MINUTOS, os bebês se movem, às vezes, com uma velocidade muito maior do que se espera, e podem virar (efeito alavanca).
- A banheira plástica deve ser limpa com água e sabão e desinfetada com álcool a 70% após cada uso, substituí-la por uma nova quando estiver danificada (o plástico áspero dificulta a limpeza).
- Prever 1 banheira para cada 10 crianças.
- Lavatório específico para lavagem de mãos dos funcionários preferencialmente com sabonete líquido e papel toalha.
- Não é necessário o uso de luvas para banhar ou trocar as fraldas das crianças, lavar as mãos corretamente protege tanto o funcionário como os bebês.
LACTÁRIO
Esta área não é obrigatória, no entanto, é recomendada em creches com mais de 20 crianças no berçário.
As mamadeiras, chupetas, pratinhos, enfim, o que é utilizado para alimentação dos bebês em berçário de grande porte, seria processado no lactário ao invés de na cozinha.
Deve possuir geladeira, fogão, armário e pia.

3.1 - ÁREA FÍSICA INTERNA

c) SALA DE ATIVIDADE
As principais atividades realizadas nestas salas são as pedagógicas, recreativas e de repouso.
Devem ser iluminadas, arejadas e de tamanho adequado para o número de crianças.
- Dimensionar 1,2 m² por criança.
- Cadeiras e mesas infantis, em boas condições de uso.
- Prever armários, lousa, prateleiras ou suportes com ganchos, onde serão guardados além dos brinquedos e materiais pedagógicos, o "kit" de higiene pessoal das crianças.
- Piso quente e impermeável, limpos com pano (água e sabão) diariamente.
- As ceras comuns são contra indicadas, pois dificultam a remoção mecânica da sujidade proporcionando o crescimento de microorganismos e por deixarem o piso escorregadio facilitam as quedas. Apenas as ceras anti-derrapantes e solúveis em água são indicadas.
- Os colchonetes para repouso devem ser impermeáveis e limpos com álcool a 70% freqüentemente. Quando utilizados devem ser cobertos com o lençol da criança, após o uso os lençóis serão guardados na caixa do "kit" pessoal e enviados para lavagem em casa semanalmente e sempre que necessário.

3.1 - ÁREA FÍSICA INTERNA

d) SANITÁRIOS
- Dimensionar 2 pias, 2 vasos sanitários e 1 chuveiro para cada grupo de 25 crianças e área física com 0,30m² por criança.
- Piso e paredes laváveis de cor clara.
- As creches que atendem crianças menores de 4 anos devem prever pias e vasos sanitários de tamanho infantil.
- Prever cabides para toalhas e roupas e tapete anti-derrapante no box do chuveiro.
- Atenção para o tipo de tranca nas portas, deve ser de maneira que evite que a criança fique presa.
- O piso, vasos sanitários e box do chuveiro devem ser limpos e desinfetados com solução clorada no mínimo uma vez ao dia.
- As maçanetas, válvulas de descarga e torneiras também devem ser limpas e desinfetadas com álcool a 70% no mínimo uma vez ao dia, por serem locais de alto risco de contaminação, onde as mãos são colocadas ainda sujas, após ter sido usado o vaso sanitário.
- Dar preferência para o sabonete líquido e papel toalha. Se não for possível, o sabonete comum deve ser enxaguado antes e depois do uso, deixando-o em saboneteira vazada, mantendo-o seco.
- As toalhas de pano deverão ser individuais.
- O uso de pinicos é contra indicado pelo risco de contaminação nos procedimentos de sua limpeza. Usá-lo somente na fase que a criança está sendo treinada para usar o vaso sanitário. As fezes e urina deverão ser jogadas no vaso sanitário, lavar o pinico no tanque (nunca onde as crianças lavam as mãos), secá-lo e desinfetar com álcool a 70%.
- Atenção para a lavagem adequada das mãos das crianças e do adulto que a ajudou.
- Sanitário separado para os funcionários, com sabonete líquido e papel toalha preferencialmente.

3.1 - ÁREA FÍSICA INTERNA

e)
SALA DE ATENDIMENTO À SAÚDE

Se a instituição conta com um grande número de alunos é importante possuir uma sala para tal atividade. Este espaço é destinado a:
- Deixar a criança em repouso até a chegada do responsável no caso de adoecimento.
- Realizar pequenos curativos no caso de escoriações.
- Administrar medicamentos mediante receita médica e consentimento expresso dos pais.
- Verificação de temperatura corporal na suspeita de febre.
As CEMEIS e EMEIS da Prefeitura de Campinas estarão autorizadas a dar medicamento antitérmico padronizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), desde que a informação de uso anterior conste na ficha de matrícula da criança. A medicação poderá ser usada após ter sido dado banho e avisado o responsável pela criança. Estão preconizados pela SMS:
Paracetamol (tylenol, acetofen) na dosagem de 1 gota por quilo de peso, nunca ultrapassar 35 gotas.
Dipirona (novalgina) na seguinte dosagem:
Peso da criança em Kg
Dose de dipirona
5 a 8 Kg
3 a 6 gotas
9 a 15 Kg
7 a 12 gotas
16 a 21 Kg
13 a 16 gotas
22 a 28 Kg
18 a 21 gotas
29 a 40 Kg
22 a 30 gotas
OBS: O intervalo mínimo entre as doses do paracetamol e da dipirona é 4 horas, e os dois medicamentos demoram entre 30 a 40 minutos para fazer efeito.

As CEMEIS e EMEIS também estarão autorizadas a dar, sempre com receita médica, medicamentos de uso em situações especiais que a SMS considera muito importante não interromper o tratamento, tais como:

- Antibióticos
- Anti-anêmicos (remédio para anemia)
- Medicação para refluxo gastro esofágico
- Anti-convulsivantes (remédio para convulsão)
- Broncodilatadores (remédio para crise de bronquite)
- Os outros medicamentos deverão ser discutidos com o Centro de Saúde.


Deve possuir:

- Pia para lavagem das mãos com toalheiro e sabonete líquido.

- Maca ou colchonetes impermeáveis para o repouso das crianças.

- Armário fechado para a guarda de termômetros, gaze, ataduras, antitérmicos e outros medicamentos que as crianças estejam fazendo uso.

- Mesa e cadeira.


3.1 - ÁREA FÍSICA INTERNA

f)
ÁREA ADMINISTRATIVA

Deve possuir, de forma organizada, além dos documentos de ordem pedagógica e administrativa, como o regulamento do estabelecimento, registro das crianças e dos funcionários, ficha de matrícula e de freqüência, autorização para passeios e entrega e retirada das crianças; os seguintes documentos relacionados a saúde:
- Cardápio.
- Cópia da carteira de vacina atualizada das crianças e funcionários.
- Ficha médica da criança constando informações sobre sua saúde, telefones de contato, medicamentos utilizados em caso de febre ou outros de uso constante. Esta ficha faz parte da matrícula e deverá ser preenchida pelos responsáveis da criança.
3.2 - ÁREA FÍSICA EXTERNA
A área externa para recreação é de fundamental importância para crianças, dimensionar 4m² por criança.
a)
PARQUE

Os brinquedos devem estar em boas condições de uso, atenção para pregos ou parafusos soltos e presença de farpas.
O solo embaixo dos brinquedos deve ser do tipo que "amortece" a possível queda da criança, grama ou terra são adequados.

3.2 - ÁREA FÍSICA EXTERNA

b)
TANQUE DE AREIA

Deve ser coberto diariamente após o término das atividades. Quando não for possível cobrí-lo (área grande de areia com os escorregadores ou balanços fixos no solo), passar o rastelo diariamente, antes do início das atividades, com o objetivo de retirar fezes de animais (gatos, cães), revolvendo a areia para melhor exposição ao sol.
O uso de solução clorada é contra indicada por não agir na presença de matéria orgânica e pela ação tóxica quando usada em altas concentrações.
3.2 - ÁREA FÍSICA EXTERNA
c)
PISCINAS

A piscina de bolinhas deve ser lavada com água e sabão (todas as bolinhas e a câmara) freqüentemente.
A piscina de água deve ser cercada para evitar acidentes e tratada com cloro adequadamente. Se a água da piscina não for tratada deve ser esvaziada após cada uso, mantê-la seca quando não estiver sendo utilizada para evitar a proliferação de insetos.
3.2 - ÁREA FÍSICA EXTERNA
d)
CUIDADOS COM A CAIXA D'ÁGUA

- A caixa d'água dever ser limpa a cada 6 meses conforme a seguinte orientação:
- Feche o registro impedindo a entrada de água na caixa ou amarre a bóia.
- Esvazie a caixa d'água, abrindo as torneiras e acionando as descargas.
- Firme bem a escada e tenha cuidado com os fios elétricos.
- Quando a caixa estiver quase vazia, tampe a saída para que a água que restou seja usada na limpeza e para que a sujeira não desça pelo cano.
- Esfregue as paredes e o fundo da caixa.
- Use somente panos e escova para a limpeza.
- Nunca use sabão, detergentes ou outros produtos.
- Retire a água e o material que restaram da limpeza, usando pá, balde e panos, deixando a caixa totalmente limpa.
- Deixe entrar água na caixa até encher e acrescentar 1 litro de água sanitária ( hipoclorito de sódio a 2%) para cada 1000 litros de água.
- Não use de forma alguma esta água por 2 horas.
- Passadas estas 2 horas, feche o registro ou bóia para não entrar água na caixa.
- Ao esvaziar a caixa, esta água servirá também para limpar e desinfetar os canos.
- Tampe a caixa-d'água para que não entrem pequenos animais ou insetos.
- Anote, do lado de fora da caixa, a data da limpeza.
- Finalmente, abra a entrada de água e pode usá-la.
4 -  MEDIDAS DE SEGURANÇA
- Nas escadas verificar se a altura e a largura dos degraus são adequadas. Avaliar necessidade de corrimão e piso anti-derrapante nos degraus ou portãozinho para impedir a passagem de crianças.
- As grades não devem ter pontas de lança, pelo risco de acidente, onde houver crianças com idade capaz de saltá-las. Atenção com os objetos que facilitam esta escalada.
- As tomadas devem ser protegidas ou estarem localizadas a 1,20m do piso.
- O quadro de luz deve ter os interruptores identificados para que possam ser prontamente desligados no momento de emergência.
- Não deixar aparelhos eletrônicos ligados na tomada perto de onde há água, pois existe perigo de eletrocussão se ele cair na banheira ou na pia com água. Pelo mesmo motivo, não se deve ligar ou desligar aparelhos em tomadas com as mãos molhadas
- Atenção para a presença e data de validade dos extintores de incêndio, verificar se os funcionários estão capacitados para utilizá-lo.
- Os ralos de todos os ambientes devem ser com sistema de " abre e fecha" , permanecendo sempre fechados, e abertos somente no momento de escoamento da água.
- Os produtos de limpeza devem ser armazenados fora do alcance das crianças.
- As vidraças são contra indicadas em creches. Se existirem, avaliar a localização e indicar medidas de proteção.
- As casas tipo sobrado também são contra indicadas, na existência delas, cuidado com as janelas e sacadas que devem ser obrigatoriamente protegidas com grade ou tela resistente.

5 - HIGIENE PESSOAL DAS CRIANÇAS

- A lavagem das mãos das crianças é medida importante para evitar transmissão de doenças, deve ser feita de maneira criteriosa, e muitas vezes com o auxílio de um adulto, sempre antes de se alimentar, após usar o sanitário, no final de atividades como parque, areia, tinta, massinha, colagem, etc.
- Cada criança deve ter um "kit" de higiene pessoal contendo: escova e pasta de dente, pente ou escova de cabelo, toalha de mão e sabonete (quando não houver toalha de papel e sabonete nos sanitários) e lençol para o colchonete de repouso. Cuidar para que cada criança use e mantenha em ordem o "kit".
- O banho, além de refrescar o corpo, tem o objetivo de incentivar a criação de hábitos higiênicos, promovendo a saúde. Sua freqüência está relacionada à temperatura da estação do ano, atividades pedagógicas desenvolvidas, idade da criança e o tempo que ela permanece na creche.
- Ressaltamos que o exercício com o prepúcio do bebê, sugerida ainda por alguns pediatras com o intuito de reverter a fimose fisiológica comum nesta idade, deve ser feito em casa quando prescrito.
6 - SAÚDE BUCAL
A escovação dos dentes deverá ser diária, após as refeições.
Recomendar à criança que não engula o creme dental para evitar a deglutição do flúor nele contido. Como medida de segurança aconselhamos não usar creme dental na escovação de crianças menores de 5 anos, devemos promover a limpeza mecânica apenas com escova e água. A deglutição do flúor contido nos cremes dentais pode causar a fluorose (manchas nos dentes permanentes que ainda estão em formação).
As escovas deverão ser identificadas e nunca misturadas com as demais da classe, pois a cárie dental é uma doença transmissível.
Como escovar os dentes corretamente:
Com a escova paralela à linha da gengiva, escove pressionando suavemente suas cerdas, para que elas penetrem entre os dentes e a gengiva, fazendo movimentos horizontais curtos. Ao mesmo tempo, converse com a criança, explicando o quanto é importante esse hábito.
Como a criança, em idade de creche, ainda não tem coordenação motora suficiente para passar o fio dental, sugerimos orientar os pais a fazer da seguinte maneira:
Com o fio dental bem esticado, faça-o deslizar suavemente entre os dentes e a gengiva da criança, fazendo movimentos de cima para baixo, cuidadosamente para não traumatizar ou provocar sangramentos na gengiva.
7 - PRIMEIROS SOCORROS

Os funcionários da creche devem estar aptos a prestar os primeiros socorros a criança acidentada. É importante lembrar que tranqüilidade e objetividade são fundamentais.
SANGRAMENTOS
Há diferentes tipos de sangramentos.
- Se o sangue escorre lentamente, em pequena quantidade, trata-se de um sangramento capilar ou de pequeno vaso venoso. Mesmo que seja um corte profundo, se o sangramento não está pulsando, deverá ser facilmente controlado;
- Se o sangue estiver pulsando, ou esguichando, trata-se de partimento de uma artéria e é preciso socorro médico imediato, pois seu controle é mais difícil;
- As primeiras providências, contudo, são as mesmas para os dois tipos de sangramento. Importante é limpar o local do sangramento com água e aplicar pressão direta e firme, com gaze ou pano limpo. Manter a pressão por cerca de 10 minutos (não é necessário ficar olhando para ver se o sangramento já parou, pois se há formação de coágulo, ao retirar a gaze o coágulo pode se romper e retornar o sangramento).
§ Ao se ter certeza que o sangramento parou, fixar a atadura no local, mantendo a pressão. Avaliar a necessidade de sutura. Os sangramentos em boca, provocados por queda, são freqüentes na comunidade infantil, mas raramente necessitam de sutura.
§ Se o corte for no braço ou na perna, elevar o membro a fim de facilitar a interrupção do sangramento.
- No caso de perda do dente, não recolocá-lo. Coloque-o num recipiente com leite e encaminhe ao dentista.
- O uso de luvas é importante para a proteção de quem realiza procedimentos que envolvam sangue.
QUEDAS
É necessário saber quando a lesão é grave ou quando é leve.
As lesões leve são aquelas com alguma dor, um "galo", ou arranhões. A criança está acordada, lúcida, com boa cor, chora e depois volta a brincar. Caso haja corte, fazer curativo, e se tiver bordas maiores, levar para suturar.
Nas lesões graves há perda de consciência, palidez que não melhora após 5 ou 10 minutos e vômito. Em alguns casos ocorre sangramento pelo nariz ou ouvido. Nestes casos a procura de socorro deve ser imediata.
PERDA DE CONSCIÊNCIA
Quando a criança perde a consciência em uma queda ou choque, é importante observar se ela está respirando. Se não estiver, deve-se começar imediatamente as manobras de ressuscitação. Caso haja necessidade de transportar a criança, deve-se imobilizar o pescoço e o corpo juntos, para não correr o risco de produzir lesões mais graves. Se a criança estiver respirando é melhor não imobilizar e aguardar ajuda.
7 - PRIMEIROS SOCORROS

RESSUSCITAÇÃO
Enquanto a equipe de saúde não chega, deve-se deitar a criança de barriga para cima. Atenção para não dobrar o pescoço, pois isto dificulta a passagem de ar.
1- VIAS AÉREAS: Abrir a boca e retirar, cuidadosamente, qualquer coisa que esteja obstruindo ali a respiração. Muitas vezes será necessário tombar a criança para baixo e aplicar golpes nas costas para desobstruir as vias aéreas no caso de brinquedos ou alimentos.
2- RESPIRAÇÃO: Se a criança não estiver respirando o reanimador deverá cobrir a boca da criança (ou boca e nariz) com sua boca e soprar cuidadosamente até o tórax da criança se elevar. Quatro respirações devem ser dados inicialmente. Se a criança necessita apenas de ventilação manter a freqüência de 15 a 30 respirações por minuto até a chegada de auxílio.
3- CIRCULAÇÃO: Caso os batimentos cardíacos não sejam observados, a partir da palpação do pulso ou ausculta do tórax, iniciar a massagem cardíaca pressionando a mão sobre o tórax da criança num ritmo de 5 compressões para 1 ventilação.
QUEIMADURAS
Existem três tipos de queimaduras:
1º grau – são aquelas causadas pelo sol ou pela água quente e a área atingida fica só vermelha;
2º grau – são queimaduras mais profundas e causam aparecimento de bolhas e algum extravasamento de soro;
3º grau – são graves, atingindo as camadas mais internas do organismo (músculos, vasos sanguíneos ou nervos).

O uso de água fria nas queimaduras de 1º grau e 2º grau é importante. Leve a criança até a pia e deixe a água correr sobre a queimadura durante 10 a 15 minutos. A água fria reduz a gravidade da lesão e diminui a dor. Se a área for muito extensa, cobri-la com lençóis molhados por 15 a 30 minutos.
Se a queimadura for nos braços ou nas pernas, mantenha-os elevados, pois isto reduzirá o inchaço do local. Tal tipo de queimadura pode necessitar de atendimento médico.
As queimaduras de 3º grau são tão graves que necessitam imediatamente de socorro médico. Contudo, até a chegada ao hospital, deve-se proceder de acordo com as orientações para queimaduras de 1º e 2º grau.
ENVENENAMENTO
Nos casos de suspeita de envenenamento, procurar saber sobre o agente causador, guardando, se possível uma amostra. Em Campinas contamos com o Centro de Controle de Intoxicações – UNICAMP, que orienta como proceder nos diversos casos de envenenamentos através do telefone 3788-7555.
ENGASGO
Com cuidado, retirar objetos da boca. Deitar a criança, na perna de quem a está socorrendo, com a cabeça abaixo do tronco e dar tapas nas costas.
8 - SAÚDE DO TRABALHADOR
Dor nas costas é o sintoma mais comum de doença ocupacional em pessoas que cuidam de crianças.
Formas de prevenir:
- Manter a criança o mais próximo possível durante os cuidados prestados (altura adequada do trocador, banheirinha, cadeirão de refeições, etc).
- Evitar movimentos de torção do tronco enquanto carrega a criança no colo.
- Abaixar flexionando os joelhos e não as costas.
- Evitar a utilização dos móveis infantis (cadeirinhas, mesinhas)
- Usar carrinhos para transportar os bebês em distâncias longas (passeios).
- Usar cadeiras confortáveis, com encosto, tipo poltronas para segurar crianças por longos períodos.
- Usar banquinhos de escadinhas seguras para as crianças subirem evitando que elas sejam erguidas, como por exemplo, para alcançar a pia.
 O stress dos trabalhadores é fator importante porque além de afetar o indivíduo, diminui a qualidade do cuidado prestado. Um funcionário estressado não tem condições de oferecer elogios, carinhos e orientações para o bom desenvolvimento das crianças.
Fontes de stress:
- Pressões dos pais.
- Muito trabalho para realizar em pouco tempo.
- Número grande de crianças por monitor impossibilitando suprir todas as necessidades das mesmas.
- Barulho.
- Imediatismo em suprir as necessidades das crianças.
- Falta de entendimento do funcionário do que é esperado dele no trabalho ou como realizá-lo (contrato claro de trabalho).
- Relacionamento ruim com os colegas.
- Falta de oportunidade de participar da gestão.
Formas de diminuir o stress:
- Contrato claro de trabalho.
- Discutir como administrar os conflitos de trabalho.
- Oferecer reciclagem e treinamento em serviço.
- Dar oportunidades aos funcionários para sugerir soluções para os problemas e implementá-las.
- Encorajar o bom relacionamento entre os colegas. Investigar imediatamente os desentendimentos para determinar as causas e achar as soluções.
- Criar formas adequadas de participação e comunicação com os pais das crianças.
- Cumprir os padrões de número de crianças por funcionário.
- Desenvolver quadro de carreira e lutar por salário justo.
Imunização: Recomendamos a todos os trabalhadores da educação as vacinas contra rubéola, sarampo e caxumba (tríplice viral), por estarem especialmente expostos a estas viroses. Indicamos também as vacinas contra o tétano e a difteria (dupla adulto), estas vacinas estão disponíveis nos Centros de Saúde.
9 - HIGIENE PESSOAL DOS FUNCIONÁRIOS

Reforçamos que a lavagem adequada das mãos é medida fundamental para evitar a transmissão de doenças, veja a técnica do item 14.
Mãos: As unhas devem ser curtas, limpas e não esmaltadas. Não usar bijuterias pelo risco de acidentes e dificultar a higiene adequada das mãos, principalmente para os funcionários da cozinha, berçário e limpeza.
Os funcionários da cozinha devem lavar as mãos sempre que mudar de atividade durante o período de trabalho, antes de entrar na área de preparo de alimentos, entre a manipulação de alimentos crus e cozidos, após manipular restos de alimentos, embalagens ou lixo.
As mãos devem ser lavadas fazendo a escovação das unhas em lavatório específico, preferencialmente com sabonete líquido e papel toalha.
Os funcionários do berçário devem lavar as mãos ao iniciar suas atividades do dia, após cada troca de fralda e antes de alimentar os bebês.
Os funcionários da limpeza devem lavar as mãos após terminar cada atividade (lavar o banheiro, recolher o lixo...).
Todos os funcionários devem lavar as mãos após usar ou auxiliar as crianças no banheiro, após ter contato com fluídos corpóreos (assoar o nariz, pentear o cabelo ou fumar).
Cabelos: Os manipuladores de alimentos devem usar obrigatoriamente rede ou gorro nos cabelos. Os funcionários que servem alimentos e do berçário devem prender os cabelos.
Avental: Uso obrigatório para os funcionários da cozinha e da faxina, devendo ser limpos e de cor clara. Usar aventais impermeáveis quando necessário.
Visando sua proteção, a zeladora deve usar luvas de borracha grossa e quando as atividades forem executadas em local úmido devem usar botas de borracha.
Quando houver necessidade de um funcionário substituir o da limpeza, esta pessoa não deve ser a mesma que irá manipular alimentos. Em situações especiais, escolas ou instituições muito pequenas, quando a mesma pessoa executar estas duas atividades deve ser bem orientada no processo de trabalho, troca de avental e lavagem rigorosa das mãos, para evitar transmissão de doenças.
10 - CUIDADOS COM MATERIAL DE LIMPEZA
Os panos de chão devem ser separados de acordo com o local de uso (banheiro, cozinha, etc...).
As luvas grossas usadas na limpeza devem ser lavadas, conforme a técnica de lavagem das mãos, antes de serem retiradas. Desinfetá-las quando sujas com sangue, fezes, urina ou vômito.

11 - CUIDADOS COM O LIXO

O lixo é um problema grave de saúde pública, devendo ser tratado com competência. As escolas têm papel fundamental na formação e aquisição de hábitos dos cidadãos, devendo zelar inclusive pela preservação do meio ambiente.
Os resíduos devem ser separados já na fonte geradora.
O lixo reciclável: papel, plástico, vidro e metal limpos, devem ser acondicionados adequadamente e encaminhados para coleta seletiva de lixo.
O lixo comum deve ser armazenado corretamente, em recipientes protegidos (tambores, latas e similares, tampadas), uma vez que os ratos têm hábitos noturnos, a coleta do lixo deve ser realizada, de preferência no final do dia. e encaminhada ao aterro sanitário.
Atenção para os resíduos da cozinha, cascas de vegetais ou restos de alimentos não devem ser armazenados para posterior alimentação de animais, por ser condição facilitadora de criação de roedores e insetos.

12 - CONTROLE DE RATOS E INSETOS

Na área urbana, as espécies mais comuns de ratos encontradas são o Rattus norvegicus (ratazana ou rato de esgoto), o Rattus rattus (rato preto ou rato de telhado) e o Mus musculos (camundongo). O controle de roedores e de insetos é importante para salvaguardar a saúde pública e prevenir perdas materiais e econômicas
A anti-ratização e a anti-insetização, são medidas mecânicas, absolutamente necessárias, utilizadas principalmente para modificar o ambiente, eliminando os meios que propiciem o acesso a alimentos, água e abrigo, de forma a impedir a instalação e a proliferação de ratos e insetos.
Algumas destas medidas já foram abordadas em tópicos anteriores, como telar as janelas, manter os ralos fechados, manter os alimentos protegidos, cuidados com o lixo, etc. Seguem outras medidas importantes:
- Terreno baldio deve ser mantido murado, sem lixo, entulho ou mato.
- Materiais como madeiras, telhas e tijolos devem ser arrumados de modo a não servir de abrigo a ratos e insetos. Não devem ficar encostados a muros ou paredes, para permitir uma inspeção de todos os lados.
- Fechar as aberturas de aeração, entradas de condutores de eletricidade e janelas com telas metálicas de malha fina (6mm).
- Vãos de portas e janelas com mais de 6mm de largura devem ser fechados. Buracos e vãos entre telhas, paredes ou muros devem ser vedados com argamassa.
- São os pequenos restos de alimentos que mantêm as altas infestações de camundongos, fazer a limpeza diária e rigorosa dos ambientes antes do anoitecer, pois os roedores têm hábitos noturnos.
- Armários, estantes, gavetas, fogões e sofás são abrigos comuns de camundongos, devem ser limpos e inspecionados.
- Evitar as embalagens de alimentos que possam ser atacadas por roedores, utilizar vasilhames de vidro, metal ou plástico resistente.
- Não permitir o armazenamento e acúmulo de objetos inúteis ou em desuso nas garagens, sótãos ou porões.
- Manter os jardins limpos sem amontoados, de modo a permitir fácil acesso a inspeção. Gramados bem aparados desencorajam a passagem de roedores.
- O desassoriamento e limpeza periódica dos córregos devem ser realizados pela administração competente.
As medidas mecânicas são as mais adequadas por serem mais eficazes. Os venenos, isoladamente, ao contrário do que se pensa, não controlam estas pragas, causando perigo à saúde das pessoas e ao meio ambiente. Portanto, só devem ser utilizados em situações muito especiais e com a indicação do serviço de saúde.
O aparecimento de qualquer outro tipo de praga (formigas, carrapatos, escorpiões, etc), deverá ser notificado o centro de saúde mais próximo para que as medidas de controle sejam realizadas.

13 - USO DE DESINFETANTES

Em instituições coletivas as soluções mais adequadas como desinfetantes são o hipoclorito de sódio (cândida) e o álcool a 70%, seu uso visa o rompimento da cadeia de transmissão das doenças, e a proteção do funcionário.
13.1 - SOLUÇÕES CLORADAS:
O hipoclorito de sódio (água sanitária) é uma solução termo e foto sensível, devendo ser armazenado em recipientes fechados, protegido do calor e da luz.
Esta solução deve ser utilizada para desinfecção de superfície e objetos previamente limpos e secos, pois a matéria orgânica consome cloro e reduz a sua atividade anti-microbiana. Nunca deve ser misturada com outros produtos de limpeza como sabão, detergente, etc.
O uso em materiais deve ser restrito a plástico, vidro, acrílico e borracha, pois os compostos de cloro corroem os metais, que devem ser desinfetados com álcool a 70%.
A solução clorada pode ser usada num período de vinte e quatro horas após a sua diluição, depois disto deve ser desprezada.
Ao comprar a água sanitária leia atentamente a rotulagem que deve conter: registro do Ministério da Saúde, nome e endereço do fabricante, nome do produto, data de fabricação, prazo de validade, concentração de cloro ativo e finalidade de desinfecção.
13.2- ÁLCOOL
Apresenta boa ação germicida na concentração de 70%. Quando puro, o álcool é menos eficaz que quando misturado à água, pois esta facilita a desnaturação da proteína, ligada a ação anti-microbiana do álcool.
Dar preferência na aquisição do produto já na diluição correta, a 70%.
13.3- QUADRO PARA UTILIZAÇÃO DOS DESINFETANTES
DESINFETANTE
MATERIAL
TEMPO DE
EXPOSIÇÃO
MODO DE PREPARO
DILUIÇÃO
Hipoclorito de Sódio- Ambiente: piso, parede, vaso
sanitário.
- Materiais de limpeza: luvas, botas
fricção  
500 ml de Hipoclorito
+
500 ml de água
1%
Hipoclorito de Sódio-  Mamadeira, chupeta, copo*, prato*, talher*.
60 min.
Enxaguar após a desinfecção
5 ml de hipoclorito
+
995 ml de água
0,01%
Álcool- Materiais metálicos: válvula da descarga, maçanetas, torneira
- Banheiras, pinicos, trocador, colchões.
Fricção
Adquirir o produto já diluído
70%
* Somente em situações especiais de surtos de doenças e com a indicação da equipe de saúde.
Foi considerada água sanitária (hipoclorito de sódio) contendo 2% de cloro ativo
Se o hipoclorito de sódio adquirido tiver outra concentração (diferente de 2%), use a seguinte fórmula para diluição:  

(concen. desejada %) X (vol. desejado ml) = volume de solução pura ml
concen. cloro ativo na solução pura %
 
 
Exemplo: Concentração desejada = 1%
Volume desejado = 5 litros (5000 ml)
Concentração determinada de cloro ativo na solução pura = 12%
 
 
1% X 5000 ml = 416,6
12%

 
Assim: O volume de hipoclorito puro a ser utilizado será de 416,6 ml, completando-se o volume com água até atingir 5.000 ml, isto é, acrescentar 4.583,4 ml de água.

14 - TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS

A lavagem adequada das mãos é o simples ato de lavá-las com água e sabonete, visando a remoção de bactérias, células descamativas, suor, sujidade e oleosidade da pele. Os funcionários e as crianças devem fazer deste procedimento um hábito.
Apesar das seguintes etapas serem recomendadas para profissionais de saúde acreditamos que se realizadas também em instituições coletivas, principalmente quando as mãos tiveram contato com secreções humanas, terão impacto na diminuição do risco de transmissão de doenças.
1.    Fique em posição confortável, sem tocar a pia, abra a torneira com a mão não dominante, isto é, com a esquerda se for destro, ou com a direita se for canhoto, pois a mão dominante é mais contaminada.
2.   Dar preferência por sabonete líquido; usando sabonete comum, enxágüe-o antes e após o uso.
3.   Ensaboe as mãos e friccione-as por aproximadamente 15 segundos, em todas as suas faces, espaços entre os dedos, articulações, unhas e extremidades dos dedos.
4.   Enxágüe as mãos, retirando totalmente os resíduos de sabão.
5.   Enxugue-as com papel toalha descartável.
6.   Feche a torneira utilizando o papel toalha.

15 - AVALIAÇÃO DE RESULTADOS

Avaliar os indicadores de saúde
- Avaliar os indicadores de saúde, número de crianças por tipo de agravo ocorrido, como surtos de diarréia, conjuntivite ou tipos de acidentes etc.
- Verificar a existência de reuniões periódicas com os pais, professores e alunos.
- Conferir o grau de intercâmbio com o Centro de Saúde local.
Avaliar o grau de risco
- Classificar o estabelecimento em baixo, médio ou alto risco, frente à avaliação estrutural (área física) e do processo de trabalho (condições facilitadoras de transmissão de doenças ou de acidentes).
Desencadear ações de intervenção
- Tomar as medidas pertinentes em relação às adequações da área física ou do processo de trabalho.
- Realizar visitas periódicas, com intervalos de tempo conforme o risco avaliado e o cronograma das adequações.

Bibliografia

- Brasil, Ministério da Saúde, Manual para instalação e funcionamento de creches. Normas e padrões mínimos para construção e instalação, Brasília, 1986.
- Secretaria Municipal de Saúde do Município de Campinas. Grupo Municipal de Vigilância Epidemiológica-DCM. Orientações acerca dos procedimentos de rotina para limpeza e desinfecção em creches, pré-escolas e escolas, Campinas, 1991.
- Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo. Resolução SS n° 44, de 30/01/1992. Aprova Norma Técnica para Creches e Estabelecimentos Congêneres, 1992.
- Secretaria do Estados da Educação de São Paulo. O Trabalho Educacional na Prevenção da Cólera II, 1993.
- Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. II Encontro Estadual de Educadores para Prevenção da Cólera, 1993.
- Centers for Disease Control and Prevention. The ABC's of safe and health child care.
- Brasil. Ministério da Saúde. Lavar as mãos: informações para profissionais de saúde.
- Secretarias Municipais de Saúde e Educação do Município de Campinas. Portaria Conjunta, Diário Oficial do Município de 16/02/1990.
- Secretaria de Estado da Saúde. Centro de Vigilância Sanitária. Maria Bernardete de Paula Eduardo, São Paulo, 1998.
- Brasil, Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. Centro Nacional de Epidemiologia. Doenças infecciosas e Parasitárias. Guia de bolso, 1999
- Secretaria de Estado da Saúde. Centro de Vigilância Epidemiológica. Hepatites Virais Normas e Instruções, 2000.
- Fundação Oswaldo Cruz, Diretoria de Recursos Humanos. Manual de Saúde para a creche.
- Secretaria de Estado da Saúde. Centro de Vigilância Epidemiológica, Manual de Leptospirose, 1994.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS - 2001  

Manual elaborado por:
Ester Nogueira Whyte Afonso Ferreira
Enfermeira da Vigilância à Saúde do Distrito Sul – P.M.C.

Eloisa Cristina dos Santos Costa
Enfermeira da Vigilância à Saúde do Distrito Noroeste – P.M.C.

Com a colaboração dos técnicos das Vigilâncias à Saúde e da Prevenção em Saúde Bucal da Prefeitura Municipal de Campinas.
Digitação:
Andreza Aparecida Canteli Azevedo
Assistente Administrativo da Vigilância em Saúde do Distrito Noroeste – P.M.C.

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