Às companheiras do CEI,

Estamos inaugurando esse blog para facilitar a busca por textos, divulgação dos projetos e socialização das nossas experiências, especialmente para nós mesmos da equipe do CEI, como para outros interessados. Em breve adicionarei ná página mecanismos de organização dos conteúdos. Por enquanto, estou publicando os textos com "tags" (palavras-chave) do tipo PEAS 2010, Relações Étnico-Raciais, Educação Ambiental que podem ser clicadas ao final da postagem para selecionar os textos do mesmo assunto. Qualquer um do CEI que aceitar o convite para participar do blog poderá postar notícias e textos.

Abraços,

Sérgio

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Um desabafo pelo meio ambiente

Publico aqui o relato e desabafo da navegante Ligia Mara ao comentar a postagem Aterro é construído em área protegida que publiquei discutindo a notícia do Jornal da Tarde. A reportagem denunciava uma área protegida da Mata Atlântica em São Mateus, Zona Leste sendo transformada em aterro por empresa contratada por Kassab.

Ligia Mara Mencarelli comentou:
Sou integrante do GEAL - Grupo de Educação Ambiental no Local. O grupo tem como objetivo ensinar a importância da preservação do meio ambiente em parques, APAS e demais áreas verdes às pessoas. O grupo se reúne mensalmente para a prática. Somos moradores da Zona Leste e o Morro do Cruzeiro tornou-se nosso santuário. Quando nosso destino é o Morro, fazemos o trajeto, de 18 km na caminhada. Em 22/08 fomos a mais uma de nossas visitas, pois temos como hábito recolher todo o lixo, que lá encontramos. Quando lá chegamos, a decepção foi total. O desmatamento foi intenso. Acredito que as pessoas não estavam conscientes do que seria realizado ali. Achávamos que o CTL não atingiria a Nascente do Rio Aricanduva. A nascente maravilhosa havia se tornado um pequeno veio, que teimava em sair da terra, em meio a montanhas de terra e árvores arrancadas, raízes e cobertura superficial, queimadas. A pergunta é: Quem ganhou com isso? O problema do lixo pode ter sido resolvido por um pequeno espaço de tempo. E a nascente? Não tem importância? Encontrar uma nascente de água potável, em pleno século XXI é comum? Como explicar aos jovens, que por vezes ensinamos a importância da preservação, que a Prefeitura compactua com tamanho crime? Por que não investir em coleta seletiva e educação da população, para que o problema do lixo possa ao menos ser minimizado? Volto a perguntar: se é que alguém pode me responder, quem ganhou com isso?

Morro do Cruzeiro, segundo ponto mais alto de SP, fica a 500 metros do novo aterro (Foto: J.F. Diório/AE)
Morro do Cruzeiro, segundo ponto mais alto de SP, fica a 500 metros do novo aterro (Foto: J.F. Diório/AE)
Marici Capitelli

DIALOGO:EDUCAÇÃO E RELAÇÕES ETNICORRACIAIS

PUBLICAÇÃO POR OMISSÃO NO DOC DE 12 DE AGOSTO DE 2010.

COMUNICADO CONJUNTO SME/SMPP nº 01

O Secretário Municipal de Educação e o Secretário Municipal de Participação e Parceria no uso de suas atribuições legais ,conforme o que lhes representaram a Diretoria de Orientação Técnica – Gabinete e a Coordenadoria dos Assuntos da População Negra- SMPP/CONE, DIVULGAM a realização do Ciclo de Debates "DIALOGO:EDUCAÇÃO E RELAÇÕES ETNICORRACIAIS"

A Secretaria Municipal de Educação, no uso de suas atribuições legais, conforme o que lhe representou a DIRETORIA DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA SME/DOT-G Divulga a realização do CICLO DE DEBATES "DIALOGO:EDUCAÇÃO E RELAÇÕES ETNICORRACIAIS" EM PARCERIA COM A SECRETARIA MUNICIPAL de PARTICIPAÇÃO E PARCERIA - SMPP/COORDENARIA DOS ASSUNTOS DA POPULAÇÃO-CONE I –

JUSTIFICATIVA:. A Lei nº 10.639/03 e 11.645/08 surgem no cenário educacional como resultado de inúmeros esforços realizados por sociedade civil, intelectuais, governo e principalmente movimentos sociais, na busca por políticas públicas que assumam como prioridade à superação de desigualdades históricas enfrentadas pelo segmento negro e indígena brasileiro.

A Lei nº 10.639/03 e 11.645/08 entram em vigor neste novo contexto, estabelecendo que, através do sistema educacional formal, deve-se estimular o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural e étnica que caracteriza a população brasileira. Esta política não só propõe uma mudança no cânone educacional como também, a alteração na forma como o conhecimento é transmitido e a maneira como crianças e jovens são tratados.

Estas Leis obrigam o Estado a assumir sua responsabilidade diante da situação de exclusão vivenciada pela população negra e indígena brasileira, ao mesmo tempo em que assumem que o espaço da escola não é isento de preconceitos e, em função disso, demonstram também a dificuldade de utilização do ambiente escolar para a transmissão de conhecimentos críticos em relação à discriminação e também, a construção de um ambiente efetivamente inclusivo e solidário.

Logo, este novo modelo de educação exige do Estado à garantia e preservação da diversidade étnica de seus cidadãos, promovendo alteração da maneira da sociedade se enxergar que, até então, era homogênea e monocultural, passa a ser vista como pluricultural. Dessa forma, em vista da proximidade da realização do II Fórum do Ensino Superior sobre Desafios para o Ensino de História e Cultura Africana e Indígena, faz-se necessário à discussão preliminar de temas inerentes à questão discutida e que afetam diretamente a problemática enfrentada pelo Ensino Superior, acerca do ensino das temáticas etnicorraciais.

II – OBJETIVO: Fomentar e construir propostas para o II Fórum do Ensino Superior sobre Desafios para o Ensino de História e Cultura Africana e Indígena, a ocorrer nos dias 21, 22 e 23 de Outubro de 2010; Aprofundar os conceitos de preconceito, identidade e discriminação; Debater a inserção dos conteúdos etnicorraciais nos diferentes níveis de ensino; Discutir a inserção dos conteúdos etnicorraciais nas diversas áreas do conhecimento. Promover a troca de experiências de projetos pedagógicos voltados para a temática etnicorraciais; Possibilitar a construção de uma rede de saberes e experiências voltadas à temática etnicorracial.

III- PÚBLICO: Gestor, Supervisor Escolar,Diretor de Escola;Coordenador Pedagógico; Professor Titular de Educação Infantil; Professor de Educação Infantil e Ensino Fundamental I; Professor de Ensino Fundamental II e Médio; Assistente Técnico Educacional, Assistente Técnico Administrativo, Especialista em Desenvolvimento Urbano, Especialista em Assistência e Desenvolvimento Social, Agente de Gestão de Políticas Públicas, Especialista em Saúde, Educador de Saúde Pública, Sociólogo Complementar e Psicólogo . Carga Horária : 20 horas

V – REGÊNCIA: Robson Belchior e Adriane Costa Silva Luana Antunes Costa Chaigne e Adriane Costa Silva Eliana Oliveira e Ana Lúcia Silva Souza Maria Eta Vieira e Carlos Subuhana Adriana Queiroz Testa e Edilene Machado Pereira


VI – LOCAL, Centro Cultural Africano. Endereço: Rua Anhanguera, 551/559 - CEP 01101-080 – Barra Funda - São Paulo - SP - Fone 11-3392-3246

CRONOGRAMA: -

DIA 19/08: Local: Centro Cultural Africano Horário: 18h30 às 22h30 Tema: Marco Legal e Formação Identitária Palestrante: Robson Belchior e Adriane Costa Silva

DIA 26/08: Local: Centro Cultural Africano Horário: 18h30 às 22h30 Tema: Educação Infantil – Educação Etnicorracial: Desmistificando olhares Palestrante: Luana Antunes Costa Chaigne e Adriane Costa Silva

DIA 16/09: Local: Centro Cultural Africano Horário: 18h30 às 22h30 Tema: Fundamental I – Cidadania, Relações Raciais e Interligação dos Saberes Palestrante: Eliana Oliveira e Ana Lúcia Silva Souza

DIA 23/09: Local: Centro Cultural Africano Horário: 18h30 às 22h30 Tema: Fundamental II – Cidadania, Relações Raciais e Interligação dos Saberes Palestrante: Profª Maria Eta Vieira e Carlos Subuhana Tema da Fala do Carlos: O Perigo da história única: colonialismo, racismo e estudos africanos

DIA 07/10: Local: Centro Cultural Africano Horário: 18h30 às 22h30 Tema: Experiências pedagógicas na prática compartilhada – Tecendo Redes Palestrante: Adriana Queiroz Testa e Edilene Machado Pereira

HORÁRIO:18h30 – 22h30 Datas 19 e 26 de Agosto, 16 e 23 de Setembro e 07 de Outubro de 2010

INSCRIÇÕES E MAIORES INFORMAÇÕES FONE: 3113-9745

IX – CERTIFICADOS: Farão jus ao certificado os participantes que obtiverem no mínimo 80% de freqüência e conceito satisfatório.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Altamiro Borges: Dilma assume compromisso com banda larga

segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Dilma assume compromisso com banda larga

Altamiro Borges: Dilma assume compromisso com banda larga

Animações sobre Água

 

  Turma da Mônica - Economizar Água

Desenho do Chaves - Episódio 6 - Falta de Água - partes 1 e 2

o ciclo da água

Seminário: “Conviver e aprender na cidade de São Paulo”


 

Nos dias 24 e 25 de setembro será realizado o Seminário Anual de Educação da DRE Ipiranga "Conviver e aprender na cidade de São Paulo", com o propósito de compartilhar e refletir sobre as práticas e os saberes pedagógicos.

O evento acontecerá na UNIBAN - Campus Vila Mariana - Rua Afonso Celso, 235. A abertura será dia 24/09 (sexta-feira), às 19h00, com a palestra magna "Conviver e Aprender, numa perspectiva da diversidade curricular", com a Profª Drª Elba Siqueira de Sá Barretto. As apresentações dos relatos de práticas e mediações serão dia 25/09 (sábado), das 8h00 às 12h00 e a palestra de encerramento será às 14h00, com o tema "Conviver e aprender na cidade de São Paulo" com o Profº Dr Marcos Ferreira Santos.

As inscrições para a apresentação dos relatos de práticas desenvolvidos nas Unidades Escolares devem ser enviadas ao setor da DOT-P, até 03/09, conforme segue:


 


 

Normas para inscrição


 

  1. Regras gerais:
  2. As práticas poderão ser individuais ou coletivos e o foco a ser desenvolvido pelo educador deve estar em consonância com as esferas temáticas do seminário, a saber:

Esferas temáticas 


 

  1. Tecnologia digital, mídias e educação
  2. Práticas inclusivas no cotidiano escolar
  3. Ler e escrever como construção de identidade e prática social
  4. Meio ambiente, sustentabilidade e qualidade de vida
  5. Linguagens artísticas, conhecimento e produção cultural
  6. Gestão escolar: a articulação da equipe gestora no processo educacional
  7. Experiências com o 1º ano do Ensino Fundamental de 9 anos
  8. Diversidade cultural e relações étnico-raciais na escola
  9. Atividades complementares: ampliação do tempo de permanência do aluno na escola


 

  1. Os relatos de prática devem expressar o Projeto Pedagógico da Unidade Escolar.
  2. O tempo destinado ao educador para exposição do relato será de 30 minutos.
  3. Procedimentos:
  4. Apresentar memorando contendo: Identificação da Unidade Educacional, Modalidade (Educação Infantil, Ensino Fundamental I, II, EJA, CIEJA, EMEE), nome, RF, situação funcional, QPE, cargo / função, Unidade de Lotação e de Exercício do(s) relator(es).
  5. Anexar ao memorando o texto integral (que deve conter no máximo 3 páginas) contemplando os itens:
  • Título;
  • Esfera Temática do Seminário;
  • Justificativa;
  • Objetivo(s);
  • Desenvolvimento;
  • Resultados obtidos.
  1. O registro do trabalho deve ser acompanhado de um CD com fotografias e/ ou filmes (máx. 07 min) com imagens significativas da prática apresentada, tendo como foco situações que evidenciem o protagonismo dos educandos.

Obs: Será de responsabilidade do relator os recursos/ equipamentos (notebook, datashow, etc) que serão utilizados durante a sua exposição. A DRE disponibilizará telões para projeção em todas as salas.

Critérios para seleção dos trabalhos

Os trabalhos serão selecionados por uma comissão da DRE Ipiranga/ SME e analisados de acordo com os seguintes critérios:

1. Estar em consonância com as diretrizes de SME e com as esferas temáticas do seminário.

2. Evidenciar os resultados alcançados.

3. Aspectos inovadores e originais do projeto.

Programa Leve Leite:

Orientação

  • Só fará jus a 2 kg de leite por mês o aluno que tiver no mínimo 90% de freqüência no período (PORTARIA Nº 1.587, DE 20 DE FEVEREIRO DE 2009);

  • O Relatório da freqüência dos alunos é feito no EOL nos 3 primeiros dias de cada mês, EOL;

  • O Relatório de Estoque do Nestogeno 1 e 2 (CEI) é feito no EOL nos 3 primeiros dias de cada mês, EOL - item 5;

  • Os CEIs que não tem mais bebês para receber o Nestogeno 1 ou 2 e tem estoque, deve solicitar a retirada através de formulário próprio (site da Merenda);

  • O Cronograma de entrega do leite por CEP é publicado no DOC antes do inicio de cada ciclo;

  • Após um insucesso de entrega o aluno fica suspenso da quantificação do leite até que a U.E faça uma alteração ou confirmação no EOL;

  • A U.E deve consultar: "Motivos do Correio" no item 5.3 (NÃO É NECESSÁRIO COLOCAR MÊS DE REFERENCIA) ou "Alunos com Pendência de Correção" no item 5.4 (COLOCANDO UM DOS PERÍODOS DE REFERENCIA DO QUADRO ABAIXO) e fazer alguma alteração ou confirmação no sistema EOL;

  • Ciclos de Entregas do Programa Leve Leite:

 
Ciclo de Entrega
2010
Mês da entrega
Cronograma publicado no DOC
Período de Referência para consultar os relatórios no EOL (item 5)
Mês de freqüência do aluno utilizado para entrega do ciclo
 
Dezembro/Janeiro/Fevereiro 
1109 – 1109 
Para todos os alunos 
 
Março/Abril 
1810 – 1810 
Para todos os alunos 
 
Maio/Junho 
0210 – 0310 
Fevereiro e Março 
 
Julho/Agosto 
0410 - 0510 
Abril e Maio 
 
Setembro/ Outubro 
0610 – 0710
Junho e Julho 



  • O endereço (vielas, becos, travessas, etc...) que não tenha CEP, deve conter o CEP da Rua/ Avenida principal. Anotar o nome da viela, beco, travessa, etc e no campo: complemento anotar o nome da Rua/ Avenida principal e o número da altura que fica da viela, beco, travessa, etc...;

  • Quando o endereço for comercial anotar no campo: complemento – "End. Comercial";

  • O site do Correio: http://www.correios.com.br/ pode auxiliar no preenchimento correto do CEP;

  • Em caso de dúvidas entre em contato com a DRE no telefone: 3397-0446;

  • As reclamações devem seguir as orientações abaixo:


MODELO DE RECLAMAÇÃO:


- colar no corpo do e-mail ( NÃO MANDAR COMO ANEXO)
- Uma Reclamação por email (ipmerenda@prefeitura.sp.gov.br)
- No assunto colocar o nome do aluno


Descritivo de reclamação 
Numero da Reclamação 
 EOL Aluno 
Nome do Aluno 
DRE 
 Escola 
Nome do Logradouro (rua) 
 Número do Logradouro 
 Complemento
 Bairro 
 CEP
Nome do Reclamante 
Telefone do Reclamante 
 Reclamação (Texto da Reclamação) 
 Responsável pela Captação da Reclamação 
 Data da reclamação 


Seminário: “Conviver e aprender na cidade de São Paulo”


Nos dias 24 e 25 de setembro será realizado o Seminário Anual de Educação da DRE Ipiranga "Conviver e aprender na cidade de São Paulo".
O evento acontecerá na UNIBAN - Campus Vila Mariana - Rua Afonso Celso, 235.
Encontram-se abertas inscrições para a apresentação de relatos de práticas das Unidades Escolares. Os interessados em apresentar suas práticas deverão enviar seu trabalho ao setor da DOT-P, conforme instrução anexa, até 03/09.
Em breve, encaminharemos novas orientações para inscrições dos demais educadores que desejarem participar do evento no Portal da DRE.

Racismo na escola | Brasilianas.Org

Enviado por luisnassif, sex, 27/08/2010 - 07:38
Por Rafael Santana

Do G1

Justiça condena SP a indenizar aluno por texto em que homem preto é vilão

No texto, pais são azul e vermelho, filhos são rosa e homem preto é ameaça.
Garoto de sete anos teve problemas psicológicos e teve de ser transferido

Do G1 SP

O governo de São Paulo foi condenado a pagar indenização de R$ 20,4 mil à família de um aluno negro que em 2002, aos sete anos de idade, apresentou problemas de relacionamento, queda na produtividade escolar e fobia em relação ao ambiente, tendo que ser transferido, após uma atividade escolar com conteúdo considerado racista em uma escola estadual. Cabe recurso.

A Procuradoria Geral do Estado informou que estuda o caso para decidir se irá recorrer ou não da decisão judicial. Por questões legais, o procurador do Estado deve sempre recorrer de decisões contra o erário estadual, mas nesse caso, extraordinariamente, o procurador pode pedir ao procurador geral do Estado, que tem poderes constitucionais para isso, que autorize a dispensa desse procedimento.

Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, uma professora do segundo ano passou atividade baseada em texto chamado "Uma família colorida", escrito por uma ex-aluna do colégio. Na redação, cada personagem da história era representado por uma cor: o pai era azul, a mãe era vermelha e os filhos, rosa. Até que um homem mau, que era preto, aparecia e tentava roubar as crianças.

A decisão, que é da 5ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, diz que a linguagem e o conteúdo utilizados nos textos são polêmicos, de mau gosto e deveriam ter sido evitados. A sentença diz ainda que houve dano moral por conta da situação de discriminação e preconceito a que o casal e seu filho foram expostos.

O valor fixado corresponde à indenização de 20 salários mínimos para a criança e 10 salários mínimos para cada um dos pais. O Ministério Público manifestou-se pela improcedência da ação.

No processo, a Secretaria de Estado da Educação afirma que não houve má-fé ou dolo por parte da professora em relação ao texto disponibilizado aos seus alunos.

Na sentença, o juiz afirma que atividade aplicada não guarda compatibilidade com o princípio constitucional de repúdio ao racismo, previsto na Constituição Federal, na Declaração Universal de Direitos Humanos e na Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, na medida em que atribui, em essência, ao indivíduo com papel de mau a cor preta, numa relação envolvendo uma família.

O magistrado também lembra que o livro que serviu de suporte à atividade já não era utilizado pela própria escola há algum tempo, conforme mencionado pela própria professora, além de ter sido excluído do Programa Nacional do Livro Didático por não se ajustar aos objetivos do ensino da língua portuguesa no ensino fundamental, sob o crivo do Ministério da Educação.

fonte: G1

Link: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/08/justica-condena-sp-indenizar-aluno-por-texto-em-que-homem-preto-e-vilao.html

Racismo na escola | Brasilianas.Org

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Discurso histórico. Lula e o preconceito dos vira-latas | Conversa Afiada

Publicado em 25/08/2010

Por que o Bill Clinton não fala português ?

Extraído do Tijolaço, de Brizola Neto:

Desculpem a demora em postar, mas precisava acabar de editar um trecho do discurso feito por Lula ontem em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Creio que o trecho que selecionei é um dos grandes momentos da história das lutas sociais do povo brasileiro. Curiosamente, foi pronunciado no dia de aniversário da morte de Vargas, o primeiro governante brasileiro que passou a considerar o povo brasileiro personagem de nossa História. O discurso de Lula mostra que, 56 anos depois, o povo brasileiro está às portas de ser, definitiva e irrevogavelmente, protagonista da História brasileira.
Assista o vídeo e divulgue. É uma lição para todos nós, uma fogueira em nossos corações, um desempenar de nossas colunas vertebrais, Um levantar de rosto, confiante, seguro, daqueles que portam uma certeza invencível, uma convicção invulnerável, uma esperança que não se apagará.
Viva o povo brasileiro!

Discurso histórico. Lula e o preconceito dos vira-latas | Conversa Afiada

Kika: De Onde Vem a Energia Elétrica?

domingo, 22 de agosto de 2010

1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas

Participei neste fim de semana do 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas e posteriormente deixarei mais detalhes do evento. Por enquanto, segue as imagens e videos postados por Paulo Henrique Amorim no site Conversa Afiada.

Veja aqui as imagens do Encontro de Blogueiros | Conversa Afiada

Publicado em 22/08/2010

Onde está Stanley Burburinho ?

Confira as imagens do I Encontro de Blogueiros Progressistas, realizado em São Paulo.
As fotos são de Geórgia Pinheiro, diretora do Conversa Afiada.

A navalha nunca esteve tão afiada

Onde está Stanley Burburinho ?

Blogueiros de 19 Estados participaram do Encontro

Luis Nassif sempre online

Leandro Fortes (Brasília, Eu Vi) e Rodrigo Vianna (O Escrevinhador)

Miro Borges: o grande idealizador deste encontro

Conceição Lemes (Viomundo) - A alma do encontro

José de Abreu também está na blogosfera

O Daniel Dantas ficou com a orelha ardendo

Porém, nem todo Daniel é Dantas

Mosquito (Tijoladas) enfrenta a Globo em Santa Catarina

Brizola Neto (Tijolaço) lembrou o avô

Cloaca foi eleito o blog do ano

Assista aqui à entrevista do Cloaca, que insiste em não dizer quem é.

Assista, também, à exposição da diretora do Conversa Afiada, Geórgia Pinheiro, sobre como financiar um blog.

Artigos Relacionados

Veja aqui as imagens do Encontro de Blogueiros | Conversa Afiada

O Globo é o jornal do apartheid? | Viomundo - O que você não vê na mídia

20 de agosto de 2010 às 0:07

Carta aberta sobre as cotas na UFRJ

Ao contrário do que pretendem afirmar alguns setores da imprensa, o debate em torno de políticas afirmativas e de sua implementação no ensino universitário brasileiro não pertence à UFRJ, à USP ou a qualquer setor, “racialista” ou não, da sociedade. Soma-se quase uma década de reflexões, envolvendo intelectuais, dirigentes de instituições de ensino, movimentos sociais e movimento estudantil, parlamentares e juristas.

Atualmente, cerca de 130 universidades públicas brasileiras já adotaram políticas afirmativas – entre as quais, a das cotas raciais – como critério de acesso à formação universitária. Entre estas instituições figuram a UFMG, a UFRGS, a Unicamp, a UnB e a USP, que estão entre as mais importantes universidades brasileiras.

Em editorial da última terça-feira, 17 de agosto, intitulado “UFRJ rejeita insensatas cotas raciais”, o jornal O Globo assume, de forma facciosa, uma posição contrária a essas políticas afirmativas. O texto desmerece as ações encaminhadas por mais de cem universidades públicas e tenta sugestionar o debate em curso na UFRJ. Distorcendo os fatos, o editorial fala em “inconstitucionalidade” da aplicação do sistema de cotas, quando, na verdade, o que está em pauta no Supremo Tribunal Federal não é a constitucionalidade das cotas, mas os critérios utilizados na UnB para a aplicação de suas políticas afirmativas.

Na última década, enquanto a discussão crescia em todo o país, a UFRJ deu poucos passos, ou quase nenhum, para fazer avançar o debate sobre as políticas públicas. O acesso dos estudantes à UFRJ continua limitado ao vestibular, com uma mera pré-seleção por meio do ENEM, o que significa um processo ainda excludente de seleção para a entrada na universidade pública. Apesar disso, do mês de março para cá, o debate sobre as cotas foi relançado na UFRJ e, hoje, várias decisões podem ser tomadas com melhor conhecimento do problema e das posições dos diferentes setores da sociedade em relação ao assunto.

Se pretendemos avançar rumo a uma democracia real, capaz de assegurar espaços de oportunidades iguais para todos, o acesso à universidade pública deve ser repensado. Isto significa que é preciso levar em conta os diferentes perfis dos estudantes brasileiros, em vez de seguir camuflando a realidade com discursos sobre “mérito” (como se a própria noção não fosse problemática e como se fosse possível comparar méritos de  pessoas de condição social e trajetórias totalmente díspares) ou sobre “miscigenação” (como se não houvesse uma história de exclusão dos “menos mestiços” bem atrás de todos nós).

Cotas sociais – e, fundamentalmente, aquelas que reconhecem a dívida histórica do Brasil em relação aos negros – abrem caminhos para que pobres dêem prosseguimento aos seus estudos, prejudicado por um ensino básico predominantemente deficiente. Só assim os dirigentes e professores das universidades brasileiras poderão continuar fazendo seu trabalho de cabeça erguida. Só assim a comunidade universitária poderá avançar, junto com o país e na contra-mão da imprensa retrógrada, representada por O Globo, em direção a um reconhecimento necessário dos crimes da escravidão, crimes que, justamente, por ainda não terem sido reconhecidos como crimes que são, se perpetuam no apartheid social em que vivemos.

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2010

Assinam os professores da UFRJ:

Alexandre Brasil – NUTES

Amaury Fernandes – Escola de Comunicação

André Martins Vilar de Carvalho – Filosofia/IFCS e Faculdade de Medicina

Anita Leandro – Escola de Comunicação

Antonio Carlos de Souza Lima – Museu Nacional

Beatriz Heredia – IFCS

Clovis Montenegro de Lima – FACC/UFRJ-IBICT

Eduardo Viveiros de Castro – Museu Nacional

Denilson Lopes – Escola de Comunicação

Elina Pessanha – IFCS

Fernando Alvares Salis – Escola de Comunicação

Fernando Rabossi – IFCS

Fernando Santoro – IFCS

Flávio Gomes – IFCS

Giuseppe Mario Cocco – Professor Titular, Escola de Serviço Social

Heloisa Buarque de Hollanda – Professora Titular, Escola de Comunicação/FCC

Henrique Antoun – Escola de Comunicação

Ivana Bentes – Diretora, Escola de Comunicação

Katia Augusta Maciel – Escola de Comunicação

Leilah Landim – Professora – Escola de Serviço Social

Leonarda Musumeci – Instituto de Economia

Lilia Irmeli Arany Prado – Observatório de Valongo

Liv Sovik – Escola de Comunicação

Liz-Rejane Issberner – FACC/UFRJ-IBICT

Marcelo Paixão – Instituto de Economia

Marcio Goldman – Museu Nacional

Marildo Menegat – Escola de Serviço Social

Marlise Vinagre – Escola de Serviço Social

Nelson Maculan – Professor titular da COPPE e ex-reitor da UFRJ

Olívia Cunha – Museu Nacional

Otávio Velho – Professor Emérito, Museu Nacional

Paula Cerqueira – Professora Instituto de Psiquiatria

Paulo G. Domenech Oneto – Escola de Comunicação

Renzo Taddei – Escola de Comunicação

Roberto Cabral de Melo Machado – IFCS

Samuel Araujo – Escola de Música

Sarita Albagli – Professora PPG-FACC-UFRJ/IBICT

Silvia Lorenz Martins – Observatorio do Valongo

Suzy dos Santos – Escola de Comunicação

Tatiana Roque – Instituto de Matemática

Virgínia Kastrup – Instituto de Psicologia

Silviano Santiago, Professor emérito, UFF

O Globo é o jornal do apartheid? | Viomundo - O que você não vê na mídia

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Altamiro Borges: Estado laico versus proselitismo religioso

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Reproduzo artigo do professor Venício A. de Lima, publicado no Observatório da Imprensa:
Apesar de estar escrito no preâmbulo da Constituição de 1988 que ela foi promulgada "sob a proteção de Deus", o inciso I do artigo 19 é claro:
Artigo 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I- estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.

Somos, portanto, um Estado laico. Na sua origem latina a palavra significa leigo, secular, neutro, por oposição a eclesiástico, religioso. Exatamente por isso a alínea b, do inciso VI do artigo 150, proíbe a tributação sobre "templos de qualquer culto" para não "embaraçar-lhes o funcionamento" do ponto de vista financeiro.
É de conhecimento público, todavia, o grande número de programas religiosos que é transmitido por emissoras de TV abertas e também as várias redes, tanto de rádio como de televisão, cujas entidades concessionárias são igrejas. Ademais, existe um grande número de retransmissoras (RTVs) que são controladas diretamente por igrejas.
Uma concessão pública que, por definição, deve estar "a serviço" de toda a população pode continuar a atender interesses particulares de qualquer natureza - inclusive ou, sobretudo, religiosos? Ou, de forma mais direta: se a radiodifusão é um serviço público cuja exploração é concedida pelo Estado (laico), pode esse serviço ser utilizado para proselitismo religioso?
Lembre-se que o § 1º do artigo 4º da Lei 9.612/1998 proíbe o proselitismo de qualquer natureza nas rádios comunitárias. Uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 2566 de 14 de novembro de 2001 contra esta proibição aguarda julgamento há quase nove anos no Supremo Tribunal Federal.
A norma que vale para as outorgas de rádios comunitárias não deveria valer também para as emissoras de rádio e de televisão pagas e/ou abertas?
Consulta Pública
Obedecendo a decisão de seu Conselho Curador, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) abriu no último dia 6 de agosto uma consulta pública para recolher, no prazo de 60 dias, contribuições de entidades e pessoas físicas sobre a política de produção e distribuição de conteúdos de cunho religioso através de seus veículos.
Hoje, a TV Brasil exibe o programa Reencontro, produzido por igreja de orientação evangélica, aos sábados; e os programas A Santa Missa e Palavras de Vida, de orientação católica, aos domingos. Já a Rádio Nacional de Brasília transmite aos domingos celebração de missa de orientação católica. Segundo a EBC, tais programas são originários das emissoras que foram por ela absorvidas após a sua criação e a regulamentação do Sistema Público de Comunicação (Lei nº 11.652/2008).
Reclamação de telespectadores enviada à Ouvidoria da EBC provocou um parecer da Câmara de Educação, Cultura, Ciência e Meio Ambiente do Conselho Curador que afirma:
"Parece-nos impróprio que os veículos públicos de difusão concedam espaços para o proselitismo de religiões particulares, como acontece atualmente com os programas que vão ao ar na TV Brasil aos sábados e domingos, dedicados à difusão de rituais ou de proselitismo que favorecem a religião católica e a segmentos de outras religiões cristãs. Tendo-se em vista o caráter plural do 'mapa religioso' brasileiro (...) trata-se de um injustificado tratamento a religiões particulares, por mais importantes que sejam, por maior respeito que mereçam. Em tese, tais tratamentos, atualmente vigentes, só seriam corrigíveis, e atenuados, se todos os cultos e religiões recebessem espaços equivalentes o que seria, obviamente, inviável."
Diante disso, a Câmara sugere a substituição dos atuais programas por outros sobre o fenômeno da religiosidade no Brasil, "de um ponto de vista plural, assegurada a participação a todas as confissões religiosas".
EBC sai na frente
Abrir uma Consulta Pública com o objetivo de formular sua "política de produção e distribuição de conteúdos de cunho religioso" é o exemplo de decisão que se espera do Conselho Curador e da diretoria da EBC.
Sendo uma empresa pública de comunicação, a EBC deve se transformar não só em referência de qualidade, mas também de cumprimento dos preceitos constitucionais para os outros sistemas de "radiodifusão sonora e de sons e imagens" - privado e estatal - previstos na Constituição.

Altamiro Borges: Estado laico versus proselitismo religioso

O nordestino migra menos e melhora de vida. Bye-bye Serra 2010 | Conversa Afiada

Publicado em 18/08/2010

Na foto, o que o Serra pensa que o nordestino é (*)

O Conversa Afiada reproduz press-release divulgado pelo IPEA:
Muda o perfil do migrante no Brasil
Comunicado do Ipea traz dados sobre escolarização, mercado de trabalho e rendimento dos migrantes
Enquanto em 1995, os migrantes eram aproximadamente 4 milhões de pessoas (3% da população), em 2008, esse número caiu para 3,3 milhões (1,9% da população). Além da diminuição do fluxo migratório nesse período, também foram registradas mudanças no perfil do migrante.
É o que mostra o Comunicado do Ipea nº 61 – Migração Interna no Brasil, divulgado nesta terça-feira, dia 17. Segundo o estudo, grande parte da migração não se dá de regiões mais pobres para outras mais ricas. Mais de 60% dos migrantes estão no Nordeste e Sudeste, com valores próximos para imigrantes e emigrantes das duas regiões. Embora os maiores fluxos estejam entre essas duas regiões, quando se relacionam os fluxos à população residente, as regiões Norte (2,6%) e Centro Oeste (3,7%) apresentam as maiores proporções de migração.
Outro dado relevante aponta que os migrantes do Nordeste para o Sudeste já estão em melhor situação em termos de formalização do trabalho (40,9% de trabalhadores informais) que os próprios trabalhadores não migrantes da região Sudeste (taxa de 43,4%). Também é possível perceber que a porcentagem de indivíduos com 12 ou mais anos de escolaridade no Brasil é maior entre os migrantes (18,1%) que entre os não migrantes (13,8%).
O coordenador do Núcleo de Informações Sociais do Ipea, Herton Araújo, e o técnico de Planejamento e Pesquisa Frederico Barbosa destacou que, apesar de ainda existirem bolsões de migrantes que ganham baixos salários e têm baixa escolaridade, o salário médio dos brasileiros que migraram (R$1.204,93) é, em geral, maior que o dos não migrantes (R$968,61). Quanto ao número de horas trabalhadas, 41% dos migrantes ocupados trabalham mais de 45 horas semanais contra 34,2% dos não migrantes nessa situação.
Em relação aos aspectos demográficos, o Comunicado revela que, em 2008, 62,9% dos migrantes do Nordeste para o Sudeste eram jovens (18 a 29 anos), percentual maior que o encontrado entre os não migrantes do Nordeste (32,8%).
Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 61
Veja os gráficos da apresentação sobre o Comunicado do Ipea nº 61

Navalha

NAVALHA

O estudo do IPEA mostra que, além de a migração diminuir como um todo:
1) Quem vai do Nordeste para o Sudeste vive melhor do que quem não sai do Sudeste. O migrante cada vez vive melhor quando entra no novo mercado de trabalho;
2) 20% dos Nordestinos que migram para o Sudeste vão para a Construção Civil;
3) Nordestinos que migraram para o Sudeste voltam em maior quantidade para o Nordeste;
4) Aumentou o número de migrantes nordestinos para o Sudeste com pelo menos 12 anos de escolaridade. Ou seja, não é só o trabalhador menos qualificado que migra.
5) Quanto maior a escolaridade, maior a mobilidade, mesmo entre regiões.
Como diz o Conversa Afiada, o Governo Lula provocou a mobilidade vertical e a horizontal: as pessoas subiram na vida e a riqueza se distribui melhor entre as regiões.
Como se sabe, nos 16 anos da Era Glacial Tucânica de São Paulo, a participação de São Paulo no PIB diminuiu.

Paulo Henrique Amorim
(*) Como se sabe, ao se candidatar a governador (**), José Serra atribuiu aos “migrantes” a responsabilidade pela péssima qualidade do ensino em São Paulo. Ele disse isso ao Chico Pinheiro, numa sabatina da Globo-SP. Clique aqui para ler “Capriglione mostra que Serra, como educador, foi um desastre”
(**) Depois de assinar um papel timbrado da Folha (***) e prometer que cumpriria o mandato de prefeito até o fim – clique aqui para ver a imagem. Ele cumpre tudo o que promete .
(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um  comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.


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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

LEVE LEITE - Orientações de consulta


Passo a Passo para a consulta ao extrato do Programa Leve Leite
Encontra-se disponível no Portal da DRE Ipiranga o passo a passo do Programa Leve Leite

Onde constam orientações corretas para as U.E's., aos pais/responsáveis.
Conteúdo do arquivo:
- Acesso ao extrato de Leve Leite e Histórico do aluno;
- Campos do extrato e suas principais funções;
- Problemas mais comuns e dicas sobre o que verificar;
- Pesquisa complementares da entrega do Leve Leite;
- Dicas sobre atualização de endereço;

ORIENTAÇÃO DO NOVO PROCEDIMENTO PARA ATUALIZAÇÃO DO ENDEREÇO DE ENTREGA DO LEITE:

Os alunos que não receberam o leite no ciclo atual, por motivos de:
Ausência de um responsável para o recebimento do leite;
Endereços incorretos (CEP incorreto, número da residência inexistente), endereço do responsável em branco;
Informação de mudança do aluno, não serão incluídos na entrega do próximo ciclo.
Para "reativar" a entrega, é necessário que a U.E. entre em contato com a família, verifique o endereço, e no EOL, ficha do aluno - dados do cadastro do responsável, para que seja feita a correção ou a confirmação dos dados cadastrais do aluno.
No caso de insucesso na entrega por motivo de ausência de um responsável para o recebimento do leite, a Unidade deverá apenas confirmar o endereço.
Para tanto, enfatizamos que a U.E. deverá avisar aos pais sobre impossibilidade da entrega .
Lembramos a U.E., que através de listagens enviadas pela DRE, e por meio de consultas aos Relatórios Estatísticos no Sistema EOL, poderá, antecipadamente, conhecer quais os alunos, e os motivos dos insucessos das entregas do Programa Leve Leite.
Ressaltamos, ainda, que os alunos com endereço fora do município de São Paulo, também, não receberão o benefício, enquanto não indicarem um CEP (endereço) do Município de São Paulo.

Como consultar os Relatórios Estatísticos no Sistema EOL:

5.PROGRAMA LEVE-LEITE
5.3 Resumo Estatístico da Entrega do Leite 

Consultar Resumo Estatístico (Leve-Leite)
          
            
Mês Referência de: MMAA   até: MMAA    
Motivos do Correio:          
            

OBS: Não é necessário colocar "Mês Referência de:", apenas escolha um dos "Motivos do Correio:" – clique em "Consultar", selecione um período e clique em "Relatório".

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

CICLO DE DEBATES – EDUCAÇÃO E RELAÇÕES ÉTNICORRACIAIS

Debate Crimes de Racismo ou Injúria

Portal da Prefeitura da Cidade de São Paulo:

12/08/2010 12h12

SMPP promove o Debate Crimes de Racismo ou Injúria

A Secretaria de Participação e Parceria (SMPP) promove o Debate “Crimes de Racismo ou Injúria” no dia 18 de agosto. O evento vai ocorrer no auditório XI de Agosto da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) das 18 às 21h30.

O debate é realizado pela Coordenadoria dos Assuntos da População Negra (CONE) junto com o Centro de Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate ao Racismo. O evento conta com o apoio da Faculdade de Direito da USP, do centro Acadêmico XI de Agosto e da Comissão Municipal de Direitos Humanos.

O debate é composto por duas mesas com os temas: Crimes de racismo ou Injúria, Racismo ou Injúria sob a ótica dos Direitos Humanos. Estes assuntos foram selecionados para auxiliar a população no combate ao racismo a partir de bases jurídicas.

Ao final das discussões haverá divulgação da Cartilha “Como prevenir e como combater o racismo em suas diversas formas”. As inscrições podem ser feitas através do telefone 3397-1446, das 10 às 16h, ou pelo email combateaoracismo@prefeitura.sp.gov.br.

Serviço:

Debate Crimes de Racismo ou Injúria.

Quando: 18 de agosto, das 18 às 21h30.

Onde: No auditório da Faculdade de Direito da Universidade da USP.

Inscrições: Pelo telefone 3397-1446, das 10 às 16h. Ou pelo email combateaoracismo@prefeitura.sp.gov.br

Programação

Abertura - 18h
Secretário Municipal de Participação e Parceria – Francisco Buonafina
Secretário Municipal de Direitos Humanos – Dr. José Gregori
Secretário Adjunto da Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo – Dr. Gustavo Ungaro
Procurador Federal – Dr. Marco Antonio Zito Alvarenga
Presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto – Marcelo Chilvarquer
SMPP/CONE -Coordenadoria dos Assuntos da População Negra – Maria Aparecida de Laia
Presidente da Comissão da Igualdade Racial da OAB/SP – Doutor Eduardo Pereira da Silva

Mesa 1 – Crimes de Racismo ou Injúria
Prof. Dr. Hédio Silva Jr.
Coordenação: Naiza Santos
Mesa 2 – Racismo ou Injúria sob a ótica dos Direitos Humanos
Dra. Cláudia Patrícia de Luna
Cel. Luiz de Castro Júnior – Diretoria de Polícia Comunitária e Direitos Humanos da Polícia Militar de São Paulo (a confirmar)
Dra. Margareth Barretos - DECRADI
Debatedora: Maíra Coraci Diniz – Coordenadora do Núcleo de Combate ao Racismo da Defensoria Pública do Estado de São Paulo
Debatedor: Dr. Augusto Eduardo de Souza Rossini – promotor de Justiça Assessor do Ministério Público do Estado de São Paulo/Prof. Da Universidade Mackenzie
Encerramento - 21h30

Divulgação da Cartilha “Como prevenir e como combater o racismo em suas diversas formas”
Realização:
Centro de Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate ao Racismo
Coordenadoria dos Assuntos da População Negra – CONE
Apoio:
Faculdade de Direito da USP
Centro Acadêmico XI de Agosto
Comissão Municipal de Direitos Humanos

SMPP promove o Debate Crimes de Racismo ou Injúria - Portal da Prefeitura da Cidade de São Paulo

A RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

A RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Giselle C. L. SANTANA
RESUMO
Visto que há um crescente interesse sobre a questão da “interação social” no contexto escolar, o presente artigo descreve o fenômeno da relação professor-aluno, suas características e conseqüências para o indivíduo. Partindo do pressuposto que o educador exerce papel fundamental na formação da identidade do educando, salienta-se que o docente deve ter consciência de suas limitações e valores próprios, para não rotular os alunos como bons ou ruins. Evitando assim, a antipatia e/ou simpatia o que acaba refletindo no comportamento do indivíduo. Desta forma percebe-se que o aluno não é somente um sujeito da aprendizagem ele interage junto ao outro na produção de linguagem, valor e do próprio conhecimento. Portanto, apesar de formarem um grupo social interativo, professor e aluno possuem suas características particulares e suas percepções são filtradas por seus interesses, preconceitos esquemas sociais, entre outros.
Palavras-chave: aluno, conhecimento, relação, professor.
A RELAÇÃO
A interação professor-aluno, possui características e reflete efeitos que surgem a partir desta interação no ambiente escolar, onde o desempenho está sendo constantemente avaliado, em razão das atividades que caracterizam a própria escola: o ensinar e o aprender.
Neste processo de interação social, o professor interage com alunos, e estes interagem entre si. Deste modo, o sujeito é interativo, pois forma conhecimentos e se constitui a partir das relações intra e interpessoais. É na troca de experiências com outros e consigo que vão se internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano social para o individual.
A relação professor-aluno tem um caráter, eminentemente, dialógico que consiste na negociação de saberes e dizeres. Subsidiando assim, a internalização das funções psicológicas superiores, fundamentais para o desenvolvimento do educando. O que nos faz refletir sobre o papel primordial que o professor exerce no processo, uma vez que ele é o mediador da relação entre o educando e o aprendizado.
Esta reflexão crítica permite-nos avaliar e identificar as aparentes diferenças sociais, moral e comportamental existentes na relação professor-aluno, bem como as peculiaridades individuais de cada um. Entretanto, a relação professor-aluno não se limita à apresentação de papéis diferentes. Uma vez colocados na sala de aula, educador e educando passam a constituir um grupo novo, com uma dinâmica própria desenvolvendo, muitas vezes, intensas relações interpessoais.
CARACTERÍSTICAS E EFEITOS
O trabalho docente é parte integrante do processo educativo mais global pelo quais os membros da sociedade são preparados para a participação na vida social. Observa-se que educação é um fenômeno social e universal, sendo uma atividade humana necessária à existência e funcionamento de todas as sociedades, desenvolvendo padrões de crescimento que, permite a cada indivíduo manter e melhorar a sua identidade, num diálogo processual (às vezes precário) com a realidade social em constante transformação, o que possibilita uma autoformação dinâmica e uma correta adequação à sociedade.
Conforme as idéias de PATTO (1997p. 287):
“A escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino aprendizagem. O professor tem o papel explícito de interferir no processo, diferentemente de situações informais em que a criança aprende por imersão em um ambiente cultural. E o aluno não é somente o sujeito da aprendizagem, mas, aquele que aprende junto ao outro o que seu grupo social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento.”
Seguindo as idéias de PATTO (1997), percebe-se que a percepção que temos de outras pessoas é filtrada por nossos interesses, preconceitos, atitudes, esquemas sociais, etc. Sendo importante que os professores se dêem conta disso ao fazerem avaliações sobre seus alunos. Contudo se torna cada vez mais natural que os professores, depois de certo tempo tendam a classificá-los em bons, regulares, fracos, entre outros. Impressão, normalmente causada pelo desempenho e pelo comportamento dos alunos, podendo também derivar de atitudes pré-concebidas do professor.
Para PATTO (1997), “na grande maioria dos casos o educando não tem possibilidades de se identificar corretamente.” Pode-se, de fato, refletir que em um processo educativo feito para um grande número de alunos, sendo mais ou menos provável que o educando passe despercebido pelos professores, a não ser que ele se coloque nos casos extremos, mas poucos alunos conseguem ser percebidos ou poucos conseguem se identificar através do professor: “deste não recebem de volta à própria imagem, a fim de que possam saber quem e como são”. Consoante PATTO, “... esse processo não seria, talvez, tão pernicioso, se os professores conseguissem manter uma atitude de neutralidade diante dos alunos, sem manifestar preferências ou antipatias.” Contudo, sabe-se que manter a neutralidade é um processo difícil, obtido a custas de muito esforço e muita autocrítica. Quase todos se deixam arrastar por preferências ou antipatias – e essa relação afetiva, geralmente inconsciente, marca as pessoas, aqui se tratando do educando.
“Tanto a simpatia quanto à antipatia constituem processo de interação. Quando temos “simpatia” por uma pessoa, tendemos a interpretar favoravelmente o seu comportamento, e a agir de acordo com essa interpretação. Esse processo, por sua vez, provoca comportamentos que tendem a acentuar a relação simpática, e por isso as relações amistosas, uma vez estabelecidas, tendem a acentuar-se, e os amigos podem tornar-se cada vez mais amigos. Pelas mesmas razões, a antipatia, se estabelecida numa situação de interação constante, tende a acentuar-se cada vez mais, até que as duas se afastem ou entrem em conflito direto. A simpatia e antipatia resultam da percepção de características efetivamente observadas nas pessoas, quando estas estão em interação.” (PATTO, 1997, p. 300).
Dessa maneira, a grande maioria é ignorada, e são percebidos apenas os que se colocam em posição de evidência; de um lado aqueles que apresentam as qualidades mais admiradas do professor, de outro, os que apresentam as qualidades mais rejeitadas. Segundo a autora, aqui estamos diante de um processo da interação e suas conseqüências se aproximam das apontadas para o caso da antipatia e simpatia. O aluno “aprovado” pelo professor tende a acentuar as características que o fizeram admirado; o aluno rejeitado tende a apresentar as qualidades opostas às exibidas pelo professor, pois é difícil alguém se identificar com quem rejeita.
Do ponto de vista formal das relações interpessoais, a relação professor-aluno não apresenta novidade e pode até ser uma relação fracamente estruturada e de pequena significação. A sua importância reside no fato de o professor, dentro da sala de aula, atuar como o transmissor dos padrões de conhecimento e cultura, sendo o responsável pela avaliação de algumas qualidades sociais muito importantes para o aluno. PATTO (1997) aborda que em alguns aspectos básicos da vida social, “a auto-avaliação é fornecida pela escola; mais importante ainda, pelo menos nas cidades contemporâneas, a escola é o ponto de passagem entre identificação da família e a identificação mais ampla do grupo social externo”.
Sob outros aspectos, “a relação professor-aluno é despersonalizada, pois o professor encarna – de maneira mais ou menos fiel e adequada – os padrões ideais da sociedade, e procura transmiti-los” PATTO (1997). Partindo desse pressuposto o comportamento do educador é apenas a encarnação de um papel social e as suas ações procuram aproximar-se do padrão aceito. Isso explica que o professor, mesmo quando não aprecie o estudo, sinta obrigação de transmitir o gosto pela vida intelectual; mesmo quando mediocremente interessado pelas coisas nacionais, procure transmitir sentimentos patrióticos aos seus alunos. De outro lado, o desempenho de um papel tende a produzir convicções sinceras e raramente se observa uma contradição entre a apresentação do papel e o que professor sente efetivamente.
“A relação professor - aluno não se limita à apresentação de papéis diferentes. Uma vez colocados na sala de aula, professor e alunos passam a constituir um grupo novo, com uma dinâmica própria, e entre eles se desenvolvem, muitas vezes, intensas relações interpessoais. É nestas que o processo de percepção e avaliação de qualidades pessoais assume uma importância decisiva”. (PATTO, 1997, p. 300)
Conforme a idéia exposta pela autora, estereótipos relativos à raça, aparência física, classe social, podem predispor o professor a tratar seus alunos de forma tal que as expectativas derivadas desse estereótipo acabem de fato ocorrendo.
RODRIGUES (1999) enfatiza que estereótipos e preconceitos fazem parte de um pacote maior de normas sociais, estas, por sua vez, seriam um conjunto de crenças de uma dada comunidade acerca dos comportamentos tidos como socialmente corretos, aceitáveis e permitidos.
Ainda com RODRIGUES (1999), pode-se refletir que todos os indivíduos têm todas as qualidades, embora em proporções diferentes. A tendência intelectualista de nossas escolas tende a acentuar os valores das qualidades de inteligência, sobretudo se ligam, também, a qualidades de conformismo social. Em outras palavras, embora os alunos sejam diferentes, são avaliados pelo mesmo padrão, e são salientadas as qualidades, positivas ou negativas, com relação a essa dimensão de comportamento.
PATTO (1997, p.313) ressalta que:
“Quanto aos alunos são obvias as conseqüências de tal deformação na maneira de valorizar. Os que têm, ou pelo menos conseguem apresentar as qualidades supervalorizadas pela escola, tendem a acentuá-las, e podem efetivamente progredir nessa direção. A situação dos “outros” é muito peculiar. Como não podem salientar-se nas direções valorizadas, tendem naturalmente outras formas de exibicionismo, através das quais deixem de ser ignorados: a indisciplina, a excessiva docilidade, a hostilidade”.
Conforme exposto, uma vez percebidas pelo professor, e pelos colegas, tais qualidades passam a ter uma auto causação e se acentuam por novas percepções e manifestações. No caso do bom, como no mau aluno, forma-se um vínculo vicioso, em que os bons são cada vez melhores e os maus cada vez piores. Assim, a percepção de uma qualidade pode determinar o seu desenvolvimento num processo contínuo e, depois de certo ponto, com poucas probabilidades de reversibilidade.
Evidentemente, como assinala PATTO (1997) em seus textos, o processo de percepção do professor não é arbitrário, e o fato de muitos professores perceberem seus alunos como bons ou maus indica que não se trata de apreciação inteiramente deformada por fatores pessoais (embora, em muitos casos específicos, tais fatores possam ser predominantes). Apesar disso, há professores que conseguem obter um rendimento muito maior, não apenas de um ou vários alunos, mas de todas ou quase todas as suas classes. Aparentemente, tais professores conseguem perceber e estimular as qualidades positivas de seus alunos, de tal forma que acabam por provocar a sua acentuação. De outro lado, existem professores que, embora especificamente competentes em sua disciplina, são incapazes de obter produção satisfatória. Essa diferença poderia ser explicada como resultante de uma seleção perceptual específica: alguns tendem a observar e salientar aspectos positivos, enquanto outros tendem a salientar os aspectos negativos das pessoas com que estão em contato. Essa disposição para ver um ou outro aspecto decorre, provavelmente, de diferenças profundas de personalidades, e que na maioria dos casos, passam despercebidas à pessoa que as manifesta.
Uma forma sutil de preconceito postulada por RODRIGUES (1999), pode apresentar-se também via atribuição de causalidade. Quando observamos uma pessoa realizando uma ação, tendemos a fazer deduções acerca dos motivos que possam ter causado aquele comportamento. E o preconceito freqüentemente contamina nossas percepções. Sendo esse fenômeno de atribuição de causalidade muito importante na interação professor-aluno.
Segundo Heider (1993, p.397), “quando atribuímos uma causa a um comportamento, essa causa apresenta as dimensões de lócus (interno/ externo), estabilidade (estável/ instável) e controlabilidade (controlável/ incontrolável)”. Deste modo, vê-se também que os fracassos atribuídos a causas internas, estáveis e incontroláveis conduzem ao desânimo, à depressão e, na situação escolar, ao abandono da escola ou perda de entusiasmo por assuntos acadêmicos. Cabe ao professor evitar que seus alunos façam tal tipo de atribuição a seus fracassos escolares. É seu dever mostrar aos alunos que muita coisa pode ser seguida através de esforço (uma causa interna, instável e controlável) ou do método utilizado no aprendizado, de forma a evitar desânimo total do estudante.
“O ambiente escolar quer na parte acadêmica, quer na parte esportiva, caracteriza-se por ser um ambiente em que os alunos estão sendo constantemente avaliados. Obter boa ou má nota, ser aprovado ou reprovado, destacar-se nos esportes ou não, todas essas situações suscitam oportunidades de aumento ou diminuição da auto-estima. Daí a importância de verificarem-se como os alunos atribuem causalidade aos seus resultados, sejam eles bons ou maus. O que o professor tem que se dar conta é de que a situação escolar propicia constantes ameaças à auto-estima dos alunos e eles devem ser ajudados na maneira de enfrentar com êxito tais ameaças. Deve também o professor esforçar-se por aumentar a motivação de seus alunos a atribuir causalidade interna a seus comportamentos.” (RODRIGUES, 1999, p.421).
Pode-se dizer que a percepção para viver com os outros deve ser dirigida a dois problemas: um, o autoconhecimento; o segundo, o conhecimento do sentido do comportamento dos outros. PATTO (1997) aborda essa questão partindo do principio que:
“A importância do autoconhecimento é um aspecto decisivo, não apenas para o aluno, mas, sobretudo, para o professor, pois este determinará, em grande parte, o comportamento de seus alunos. O professor, pela peculiar condição em que está colocado em nossas salas de aula, não tem, geralmente, a possibilidade de uma interação legitima, e acaba por perder-se num solilóquio interminável e incontrolável, pois o professor não tem uma estrutura cognitiva através da qual possa reinterpretá-los. Considerando-se ainda o lado do professor, outra conseqüência da ausência de autoconhecimento é excessiva importância que dá as suas palavras.” (p.321).
Deste modo, observa-se que o professor, na maioria das vezes, é o único a falar dentro da classe, não podendo compreender que as outras opiniões sejam, às vezes, “mais valiosas que as suas”. Por isso, tantas vezes falta ao professor à qualidade básica para a manutenção de contatos legítimos com os outros: saber ouvir e buscar compreender as suas palavras. Pois assim ele poderá conhecer o sentido do comportamento do outro.
“A significação dos comportamentos do outro. Primeiramente, parece não haver lugar, nem na escola primária, nem na secundária, para o conhecimento das relações diretas entre indivíduos; elas se estabelecem fora do âmbito programático do ensino e, muitas vezes, contra este. Vale dizer, as relações entre alunos – tal como existem e podem ser observadas – não são discutida em nível consciente, a não ser no momento em que é necessário lançar mão de pregações morais para louvar ou condenar determinada ação. Raras vezes o professor interfere nas relações entre alunos, e quase nunca tem possibilidade de” reestruturar” a classe em função de alguns princípios explicitamente formulados. ”(PATTO, 1997p. 322).
Conforme citação acima, percebe-se como o professor, geralmente, não está preparado para realizar a educação dos seus alunos no domínio das relações interpessoais. Na grande maioria das vezes, essa educação se dá apenas em nível formal e estereotipado, sem que o educando possa conhecer, realmente, o sentido do comportamento daqueles com quem está em contato. E, embora o adolescente e a criança vivam intensamente todo o universo das relações interpessoais, a escola ignora inteiramente essa situação. E aí está, sem dúvida, uma das razões pelas quais o ensino formal não produz, necessariamente, um individuo mais ajustado ou “mais bem-educado” socialmente, ou seja, cidadão crítico; as condições desse ajustamento não foram sequer discutidas pela escola e o jovem, mesmo dos cursos superiores, e este deve resolver os seus problemas sem qualquer ajuda da educação formal que recebe.
Esse desnível entre a educação formal e as necessidades atuais do educando se explica, certamente, como uma das heranças de nossas escolas, voltadas exclusivamente para os problemas intelectuais, pois os outros seriam solucionados pela família ou por diversos agentes de socialização.
Está claro que a preparação para o mundo das relações interpessoais não é uma tarefa simples, e sua execução integral exigiria um maior conhecimento. Em primeiro lugar, sabe-se que diferentes classes sociais tendem a apresentar padrões diferentes de educação na primeira infância, mas não se sabe com razoável precisão quais as conseqüências de tais diferenças para a formação da personalidade. Não se sabe, também, até que ponto essas diferenças impedem ou dificultam a aceitação de padrões diferentes, admitidos ou impostos por professores de outra classe social. Sabe-se, muito vagamente, que pequenas diferenças no comportamento de professores e alunos podem ter grande importância na aceitação de valores que a escola deve ou precisa transmitir.
PATTO (1997), explica:
“A primeira dificuldade do professor, para transmissão de valores, resulta do fato de participar, pelo menos em grande número de casos, de uma classe diferente da do aluno: em todos os níveis de ensino, essa diferença tende a marcar as relações entre professores e alunos, seja porque é de classe superior ou inferior. No primeiro caso, o professor tende a desprezar seus alunos; no segundo, os alunos não podem aceitar os valores apresentados por uma pessoa que consideram de classe menos favorecida. Por isso, o professor não pode representar mais, na maioria das vezes, o modelo que significava para os alunos, quando as condições sociais da educação apresentavam uma outra situação.” (p.324).
Essa peculiar situação das escolas mostra a necessidade de que professores e alunos sejam capazes de compreender, explicitamente, o sentido do comportamento dos outros. Isto não significa tentar mostrar as diferenças que separam as classes sociais, mas, justamente ao contrário, mostrar que diferentes comportamentos têm, muitas vezes, o mesmo sentido. De outro lado, essa necessidade não se refere apenas às aparentes diferenças entre as classes sociais, mas também às peculiaridades individuais. Assim sendo, qualquer sistema educativo, ao perspectivar-se, terá que, forçosamente, ter em atenção uma visão dialético-processual do devir educativo.
REFLEXÕES ACERCA DA RELAÇÃO PROFESSOR - ALUNO NO CONTEXTO ESCOLAR
Levando em consideração os mais variados aspectos encontrados na relação professor-aluno e que seja quase sempre impossível modificar a maneira de ver as coisas e as pessoas, pelo menos se deve compreender as limitações das maneiras pessoais de perceber e avaliar. Desta forma é absolutamente indispensável que se conheça o fenômeno de percepção social, bem como a existência e as conseqüências dos esquemas sociais que constantemente influenciam nossas percepções e cognições. Só assim será possível um julgamento mais objetivo e menos tendencioso dos outros sem distorções grosseiras da realidade.
O ideal seria o professor manter certa neutralidade diante de seus alunos, mas esse é um processo um tanto difícil. Pois nossa sociedade possui valores que classificam como bons àqueles que apresentam as melhores qualidades sociais, morais, cognitivas e comportamentais.
Assim através da compreensão das diferenças entre os seres humanos podem-se eliminar muitas perplexidades e obter maior produtividade; pode-se, também, impedir um comportamento agressivo no tratamento dos educandos, pois que compreendemos que nossa revolta resulta dos mesmos elementos que constituem o seu comportamento.
Se nem sempre é verdade dizer que “tudo compreender é tudo perdoar”, é certo que a compreensão amplia a nossa tolerância e impede uma revolta injusta e quase sempre inútil.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ARROYO, Miguel G. Fracasso e sucesso: o peso da cultura escolar e do ordenamento da educação básica. In: EM ABERTO, Brasília, n. 53, 1992.
LIBÂNEO, J.Carlos. Didática, prática educativa.São Paulo:Cortez, 1994.
MINAYO, Cecília S. Pesquisa Social. 17ªed. Petrópolis: Vozes.
PATTO, Maria Helena Sousa. Introdução à Psicologia Escolar. 3 ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.
RODRIGUES, Aroldo et al. Psicologia Social. 19ed. Petrópolis: vozes, 1999.

Ao usar este artigo, mantenha os links e faça referência ao autor:
A RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS publicado 5/08/2010 por Giselle Cavalcanti Lopes Santana em http://www.webartigos.com

Giselle Cavalcanti Lopes Santana

Psicóloga graduada pela Universidade Paulista – UNIP, Pós-Graduação Lato Sensu em Psicologia Clínica - ULBRA/MAO. Exerce atividade clínica em consultório particular e Institucional, atendendo crianças, adolescentes e adultos e supervisão a acadêmicos de Psicologia. Atuação na Psicologia Organizacional, com experiência na área de Seleção e Desenvolvimento de Pessoas.

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A RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS