Às companheiras do CEI,

Estamos inaugurando esse blog para facilitar a busca por textos, divulgação dos projetos e socialização das nossas experiências, especialmente para nós mesmos da equipe do CEI, como para outros interessados. Em breve adicionarei ná página mecanismos de organização dos conteúdos. Por enquanto, estou publicando os textos com "tags" (palavras-chave) do tipo PEAS 2010, Relações Étnico-Raciais, Educação Ambiental que podem ser clicadas ao final da postagem para selecionar os textos do mesmo assunto. Qualquer um do CEI que aceitar o convite para participar do blog poderá postar notícias e textos.

Abraços,

Sérgio

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Negros ainda são vítimas de escravidão. Alô, alô Ali Kamel ! | Conversa Afiada

Negros ainda são vítimas de escravidão.
Alô, alô Ali Kamel !


Na foto, uma singela explicação para o IDH do Brasil
Este post é uma singela homenagem a Ali Kamel, o editor máximo do jornalismo da Globo, autor do livro “Nós não somos racistas” (Uaaaaau!, diria o Paulo Francis).
De cada 4 trabalhadores libertados no país, 3 são pretos ou pardos, diz estudo de economista da UFRJ
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Passados 122 anos desde a Lei Áurea, 3 em cada 4 trabalhadores libertados de situações análogas à escravidão hoje são pretos ou pardos.
É o que mostra um estudo do economista Marcelo Paixão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, feito a partir do cadastro de beneficiados pelo Bolsa Família incluídos no programa após ações de fiscalização que flagraram trabalhadores em situações que, para a ONU, são consideradas formas contemporâneas de escravidão.
São pessoas trabalhando em situações degradantes, com jornada exaustiva, dívidas com o empregador -que o impedem de largar o posto- e correndo riscos de serem mortas.
Paixão, que publica anualmente um Relatório de Desigualdades Raciais (ed. Garamond), diz que foi a primeira vez em que conseguiu investigar a cor ou raça desses trabalhadores, graças à inclusão do grupo no Bolsa Família.
Os autodeclarados pretos e pardos -que Paixão soma em seu estudo, classificando como negros- representavam 73% desse grupo, apesar de serem 51% da população total do Brasil. Tal como nas pesquisas do IBGE, é o próprio entrevistado que, a partir de cinco opções (branco, preto, pardo, amarelo ou indígena) define sua cor.
Para o economista, “a cor do escravo de ontem se reproduz nos dias de hoje. Os negros e índios, escravos do passado, continuam sendo alvo de situações em que são obrigados a trabalhar sem direito ao próprio salário. É como se a escravidão se mantivesse como memória”.
Pretos e pardos são maioria entre a população mais pobre. Segundo o IBGE, entre os brasileiros que se encontravam entre os 10% mais pobres, 74% se diziam pretos ou pardos.
Para Paixão, ainda que hoje a cor não seja o único fator a determinar que um trabalhador esteja numa condição análoga à escravidão, o dado sugere que ser preto ou pardo eleva consideravalmente a probabilidade.
Clique aqui para ler.
Em tempo: em entrevista à Record News, nesta última terça-feira, a professora Flávia Piovesan, especialista em direitos humanos, contou que estudo do professor Paixão mostra que no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, da ONU), o Brasil está em 70º. lugar. Se o Brasil fosse só de brancos, o IDH pularia para o 30º. lugar. Se fosse só de negros, cairia para 104º. lugar. Não, nós não somos racistas.
A propósito, também como singela homenagem a Kamel, clique aqui para ler o post sobre o artigo de Maria Rita Kehl, no Estadão, em que ela associa a decisão do Supremo sobre a Anistia ao assassinato sob tortura de um motoboy, num quartel da PM de Serra, em SP.
Negros ainda são vítimas de escravidão. Alô, alô Ali Kamel ! | Conversa Afiada

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