Publico aqui o relato e desabafo da navegante Ligia Mara ao comentar a postagem Aterro é construído em área protegida que publiquei discutindo a notícia do Jornal da Tarde. A reportagem denunciava uma área protegida da Mata Atlântica em São Mateus, Zona Leste sendo transformada em aterro por empresa contratada por Kassab.
Ligia Mara Mencarelli comentou:
Sou integrante do GEAL - Grupo de Educação Ambiental no Local. O grupo tem como objetivo ensinar a importância da preservação do meio ambiente em parques, APAS e demais áreas verdes às pessoas. O grupo se reúne mensalmente para a prática. Somos moradores da Zona Leste e o Morro do Cruzeiro tornou-se nosso santuário. Quando nosso destino é o Morro, fazemos o trajeto, de 18 km na caminhada. Em 22/08 fomos a mais uma de nossas visitas, pois temos como hábito recolher todo o lixo, que lá encontramos. Quando lá chegamos, a decepção foi total. O desmatamento foi intenso. Acredito que as pessoas não estavam conscientes do que seria realizado ali. Achávamos que o CTL não atingiria a Nascente do Rio Aricanduva. A nascente maravilhosa havia se tornado um pequeno veio, que teimava em sair da terra, em meio a montanhas de terra e árvores arrancadas, raízes e cobertura superficial, queimadas. A pergunta é: Quem ganhou com isso? O problema do lixo pode ter sido resolvido por um pequeno espaço de tempo. E a nascente? Não tem importância? Encontrar uma nascente de água potável, em pleno século XXI é comum? Como explicar aos jovens, que por vezes ensinamos a importância da preservação, que a Prefeitura compactua com tamanho crime? Por que não investir em coleta seletiva e educação da população, para que o problema do lixo possa ao menos ser minimizado? Volto a perguntar: se é que alguém pode me responder, quem ganhou com isso?
Morro do Cruzeiro, segundo ponto mais alto de SP, fica a 500 metros do novo aterro (Foto: J.F. Diório/AE)
Marici Capitelli
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