Às companheiras do CEI,

Estamos inaugurando esse blog para facilitar a busca por textos, divulgação dos projetos e socialização das nossas experiências, especialmente para nós mesmos da equipe do CEI, como para outros interessados. Em breve adicionarei ná página mecanismos de organização dos conteúdos. Por enquanto, estou publicando os textos com "tags" (palavras-chave) do tipo PEAS 2010, Relações Étnico-Raciais, Educação Ambiental que podem ser clicadas ao final da postagem para selecionar os textos do mesmo assunto. Qualquer um do CEI que aceitar o convite para participar do blog poderá postar notícias e textos.

Abraços,

Sérgio

domingo, 5 de setembro de 2010

ENSINANDO O HOLOCAUSTO ATRAVÉS DO DIÁRIO DE ANNE FRANK

Marili Berg
“Ela foi uma jovem escritora maravilhosa. Era um assombro para uma menina de 13 anos. Vê-la ganhar domínio sobre as coisas é como assistir a um filme acelerado de um feto que vai ganhando rosto... De repente ela descobre a reflexão, há retratos de pessoas, esboços de personagens, há episódios longos, cheios de acontecimentos intrincados, tão lindamente narrados que parecem ter passado por uma dúzia de rascunhos. E, nenhum desejo venenoso de ser interessante ou séria. Ela simplesmente é...”
Philip Roth, Diário de uma ilusão.

O MUNDO DE ANNE FRANK (1929-1945)

O diário de Anne Frank foi escrito em Amsterdã durante a ocupação nazista da Holanda. Seus pais, Otto e Edith Frank, chegaram na Holanda em 1933, vindos da Alemanha. Quando começou a expulsão massiva dos judeus da Holanda, a família Frank decidiu esconder-se por não acreditar nas promessas alemãs de um reassentamento dos judeus em campos de trabalho na Europa.
Entre 09 de julho de 1942 e 04 de agosto de 1945, Anne Frank e sua família viveram escondidos com outros quatro judeus no Anexo de uma casa em Amsterdã, recebendo a ajuda de quatro amigos não judeus.
Depois de descobertos pela polícia alemã, a família Frank foi transferida para o Campo de Westerbork e, em setembro de 1944, para o Campo de Auschwitz. Pouco tempo depois, transferida com sua irmã Margot para o Campo de Bergen-Belsen, Anne Frank, doente, faleceu em março de 1945.
Durante o tempo em que viveu escondida no Anexo Secreto, Anne Frank escreveu vários contos e iniciou uma novela. Tornou-se famosa graças ao seu diário, encontrado por Miep Gies e entregue ao seu pai, Otto Frank, libertado de Auschwitz após a guerra e o único sobrevivente de todos os ocupantes do Anexo.
Em seu diário, Anne Frank descreve com fidelidade as condições de vida do esconderijo, o medo e a opressão constantes. O “Diário de Anne Frank” trata da guerra de Hitler contra os judeus, da situação da Holanda durante a Segunda Guerra Mundial e da invasão aliada da Europa descrita por uma jovem menina judia alemã escondida dentro do Anexo secreto de uma casa na Holanda ocupada.
Hoje a casa que serviu de esconderijo para a família Frank é um museu histórico, o Museu Anne Frank.
A partir do “Diário de Anne Frank” podemos traçar um projeto formulando questões fundamentais e pertinentes sob a perspectiva histórica para o estudo do Holocausto nas salas de aula do ensino fundamental, médio e universitário. A tarefa é um grande desafio a ser assumido pelos professores, pois a guerra nazista contra os judeus é uma narrativa aterradora que poderia chocar os alunos, de tal forma que talvez levassem os professores a hesitar em trabalhar com um episódio histórico marcado por tanto ódio, crueldade e mortes.
O ensino do Holocausto gera em si uma série de dilemas e reflexões desafiadoras e, dentre elas, a que diz respeito a dificuldade em tratar o tema da Solução Final, ou seja, a experiência dos Campos de Concentração e de Extermínio. Há alguns que defendem a posição de evitar tratar o tema em salas de aula. Mas, muitos são aqueles que assumem a firme posição de ser imprescindível tratar o tema, argumentando que o Holocausto terminou nos campos de concentração e de extermínio, e a omissão do estudo destes fatos terminaria por descaracterizar o próprio Holocausto, como a planificada aniquilação total de um grupo nacional e étnico e a ideologia apocalíptica que o motivou. Em outras palavras, se eliminarmos do Holocausto a verdade básica de que foi a planificada aniquilação total do povo judeu e o concreto assassinato de seis milhões deles, o Holocausto perde o seu sentido.
Ao mesmo tempo, é fundamental ter sempre presente de que não foi aquilo que os nazistas disseram sobre os judeus, que já representava um fato novo e único na história do antissemitismo, mas sim propriamente aquilo que fizeram.
Anne Frank foi uma das vítimas do Holocausto, uma criança judia dentre as 1,5 milhão de crianças judias que perderam suas vidas.
Conhecer a história e manter viva a memória sempre foi e continuará sendo uma questão vital para todos os tempos, pois está diretamente associada à importância de educar as novas gerações sobre os conceitos fundamentais de democracia, liberdade, tolerância, respeito mútuo, direitos humanos e, principalmente, o direito de “ser” humano.
Podemos evitar a banalização do mal e educar cidadãos conscientes, tendo presente que a história consiste de fatos e é dever dos historiadores e educadores registrar esses acontecimentos do modo mais completo possível. Agindo desta forma, além de garantir um futuro melhor para as novas gerações, estaremos possibilitando um diagnóstico mais correto do presente, a partir da demarcação do conhecimento do passado.


Acesse também: http://projetoexperienciaspedagogicas.blogspot.com/

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